Virou moda gozar com ele. Cada novo filme é um novo teste à capacidade de dar menos, e menos, e menos. Sem sequer parar para ver. São as estações que evocam a eternidade de um único sucesso. O senhor teve quatro grandes filmes, em crescendo. The Village é algo de extraordinário. Depois a piscina e as árvores, que vieram ao lado e ditaram as modas. Como se aqui a aprendizagem, tentativa e erro, não fosse permitida. Deixem-no em paz e chateiem outro, o Scott por exemplo que não faz um filme bom desde 1982. Ou o gordo dos anéis que só faz pasta. After Earth não escreve história, mas não ofende ninguém. Sci-fi simpático, mitologia atraente e boa dinâmica narrativa. Bem melhor que a outra maratona de aço que só acaba já carruagem é abóbora de novo.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
De luva branca
Eu e o meu mau feitio, logo a refilar: "Ela nos tempos de juventude não tinha problemas em mostrar as maminhas", acho que na altura até fui rude e disse mamas. Passados uns minutos, tufas, toma lá com um nu frontal que é só para ver se sossegas. Desculpa Rosario, nunca mais, juro, nunca mais. Quanto ao filme, pequena extravagância de um Boyle divertido e dedicado, que se delicia a cruzar e trocar. Um thriller, daquela estirpe que surge de tempos a tempos sem dever nada a ninguém e com uma eficácia assassina. Cor, estilo, ritmo e pop. Aquele montar frenético que aqui encontra uma casa e descansa inocentemente em paz. Para que nós espectadores não tenhamos nenhuma. Agradável surpresa.
sábado, 27 de julho de 2013
Tudo lá para dentro
Oblivion é como chegar a um bar e pedir todos os shots do cardápio numa long drink. Fica esquisito e manda uma tolada que parecem duas.
Borboletário
No remake do The Butterfly Effect o Ashton Kutcher volta atrás no tempo para impedir que o filme original seja feito. Boa boa.
Voltar a sentir
Faz-nos agaiatar. E sair do cinema a fingir que estamos a conduzir um Jaeger. Sim aconteceu. Para depois querermos saber mais, comprar a novela gráfica que antecede, construir a nossa própria máquina, e tudo mais que um doidinho apaixonado tem direito. Essa vontade de prevalever e de nos mantermos é o cinema. E por muito grande que o filme seja - é bonito que se farta - há uma estrutura terrena cuidada: as cenas são cenas - veja-se o fabuloso início quando aparece Gipsy Danger - com espaços e tempos, preenchidas com o bater de uma narrativa estimulante, a destapar mitologia, passo a passo. Não pode ser perfeito, essas próprias fissuras estereotipadas da série B estão lá porque são necessárias, pedaços hilariantes de história futura. Por muito muito grande que seja o murro no prédio o que importa é o pequeno pêndulo de Newton assente nas nossas secretária. Del Toro sabe isso e não esquece. Melhor blockbuster do ano, dos anos.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Take Apocalipse
Idris Elba diz que hoje vamos cancelar o apocalipse. Não foi hoje - atrasado eu estou - mas ainda a tempo de dizer que a vontade é o oposto: oferecer a destruição. Mais uma edição da Take dedicada exclusivamente ao fim do mundo. Nela, entre muitas outras coisas, encontram um mimoso ABC televisivo dedicado ao tema e escrito pelo Ferreirinha. Aqui ficam as três primeiras letras, o resto no sítio do costume.
A – Alienígenas
Uma das apostas da ABC para a temporada televisiva 2012/2013 foi uma série intitulada “The Neighbors”. Nela, uma família de humanos muda-se para uma nova casa, num bairro povoado de alienígenas. É uma espécie de “Third Rock from the Sun” mas em mau. Houve mesmo quem desmaiasse a tentar encontrar uma deixa engraçada. Porém, o apocalipse do espaço longínquo não vem normalmente nesta forma, até porque boas almas que se tentam integrar – como o “ALF” – não fazem mal a ninguém. Na maior parte dos casos a destruição chega porque lá em casa já não há nada para partir ou então escasseiam recursos. Seja como for o nosso planeta tem de ser rebentado, ou pelo menos limpo, e quando digo limpo é mandar o Homo sapiens para perto do Diogo Morgado (Jesus Cristo).
B – Battlestar Galactica
Sei bem que todos, todos, queriam nesta letra um fundo da Tricia Helfer como veio ao mundo mas por questões editoriais tenho mesmo de vos oferecer um pequeno texto sobre a série. Pode ser? “Battlestar Galactica” tem muitas histórias dentro da história ao longo da história. Versões originais nas décadas de 70 e 80 que deram origem a uma magnífica reinvenção no novo milénio. Séries, minisséries, telefilmes e até a miragem de uma aventura cinematográfica juntam-se na mesma ideia: numa galáxia longínqua os seres humanos dividem-se por doze planetas, dozes colónias e vivem em aparente paz com seres cibernéticos, os cylons, outrora criados por eles. É, então, que a criação se vira contra o criador, destruindo todas as colónias. Os únicos sobreviventes deste apocalipse fogem numa velha nave chamada Battlestar Galactica e têm agora de tentar encontrar a décima terceira colónia, um sítio a que chamam Terra.
C – Cleopatra 2525
Gina Torres, eu perdoo-te. Não só por “Serenity” mas porque “Cleopatra 2525” (2000) tem talvez a melhor premissa de ficção erótico-científica de sempre: Cleopatra, uma bailarina exótica, é congelada criogenicamente durante uma cirurgia de aumento mamário e acorda 500 anos depois. Ano 2525 e como seria de esperar está tudo de pantanas. A superfície da Terra é controlada por umas terríveis criaturas robóticas voadores intituladas Baileys que escorraçaram a humanidade para o subterrâneo. Apesar de muitas pessoas já terem perdido a esperança, algumas, em especial jeitosas com pouca roupa, continuam a luta: Hel e Sarge que juntamente com Cleopatra vão formar um trio de guerreiras e tentar reconquistar o seu lugar no planeta. Sugiro vivamente que procurem a canção do genérico, é contagiante.
Quando fui ver o Pacific Rim dei de caras com uma nova espécie de espectador: o geek-hipster-talker. Em matilha, eram três vá, mas faziam barulho por vinte. Como é que um geek pode ser talker? Sendo hipster. "É isto que ele faz com este dinheiro todo", diziam entre gargalhadas histéricas de desdém. Não gostam, têm duas opções: ou ficam caladinhos e respeitam - ui difícil o respeito - ou ficam em casa a ver o VHS do Cronos, que me parece um programinha altamente saudosista e bem disposto. Que tal?
sábado, 20 de julho de 2013
Tudo é aço
Antes de começar, só confirmar
que de facto este super-homem é um pão. Quanto ao filme em si, é grandinho e
faz dói dói às costas. Início promissor, sci-fi composto e com ritmo. Depois
disso caímos numa amálgama de emoções e referências: anúncio do bacalhau
Pascoal, flashbacks de bullying, nave no gelo (X-Files), camionistas hillbilies
e um tornado. Por amor de Deus, se a Helen Hunt amarrada com um cinto da Springfield
se safou tu não te orientavas oh Costner? Depois vem a batatada seguida de mais
batatada. O filme encontra-se de tempos a tempos mas falha naquilo que mais
acredita: a identidade. A procura de uma casa e de um ideal. Sussurram ideias,
era isso que nos queriam injectar mas com tanto fogo e tão pouco coração a
missão acaba por ser um fracasso.
Da beta cheirona ao cão vermelho
Ultimamente tenho ido aos cinemas da PipocaMundo e tenho gostado muito. Passam umas curiosidades do ano passado e mostram-nos uma lista com as personagens mais icónicas da sétima arte. Escolhidas possivelmente pelo rapaz loirinho que vende os bilhetes. Depois começam os anúncios. Tantos que por vezes dá vontade de mudar de canal, muito giro. Vodafone, com o puto do Adeus Pai em cima duma montanha, Vodafone, com um conjunto de pessoas hiper felizes por sentarem as peidas no sofá, e Vodafone com aquela beta a dizer que o que gosta mais no verão são os cheiros. Depois põe-se a cheirar o sovaco dum cavalheiro desnudado e um pinheiro. Há ainda aquela atrocidade onde os cães aparecem pintados de vermelho. O filme, esse, tem tempo, temos tempo, o que interessa, e o que mais me maravilha, é a viagem.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
A escuridão do engano
Uma coisa é ocultar um ou outro elemento. O Mandarim por exemplo. Outra, bem diferente, é enganar de forma ordinária os espectadores levando-os a comprar gato por lebre. Star Trek Into Darkness, título que sozinho nos mergulhava literalmente na escuridão. As imagens vieram suportar uma o caos, destruição: vão rebentar com isto tudo! Apuros, chuva, cinzento. Nada disso, lá para o fim uma nave cai mas penso que com apenas dez feridos ligeiros, sendo que um resultou do uso excessivo de lens flare. Mas o pior, o que me deixa mesmo fodido, é o diálogo que Uhura tem com Kirk. No filme ele diz que têm de entrar a disparar e ela responde que são poucos e menos armados. Convence-o a mudar o plano. No trailer invertem: ela diz que são poucos e menos armados e ele responde que então têm de entrar a disparar. Vão brincar com outro pá.
A Soraia Chaves não mostra as mamas
Como lágrimas à chuva. Era bom. Mas não, é só a versão mais velha que depois fica nova noutro corpo. Na premissa têm de adivinhar quem é quem para poderem matar. É uma mistura de The Hunger Games com os jogos de paintball que o meu irmão faz ali numas ruínas com a malta. Podia ser mau, não fosse o Pedro Granger a falar inglês. E a salvar o dia, as usual.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Álbum de fotografias
Dexter voltou. E uma vez que já é tarde, com imperiais ao barulho, não estou para discutir a qualidade do regresso. O que gostava de aqui oferecer é a constatação de que a série da Showtime é aquela que sigo ininterruptamente há mais tempo. Oito anos. Oito anos de ano após ano, fielmente, com zangas, ovações e especulações. Nunca antes tinha vivido tanto em televisão: ou sou eu que saio ou é a aventura que não se aguenta. Existe então algo de inevitavelmente nostálgico e biográfico que torna esta personagem numa entidade bem maior. Obrigado Morgan.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Já para não falar no pior conjunto de "actores juntos numa cabana" do ano
Estava a pedi-las, a ver um filme de um gajo chamado Fede Alvarez. Não podia dar bom resultado. E não deu. Logo eu, que andei a ver a trilogia original com q.b. de carinho, como sugestivo treino para igualmente sugestivo remake. Sempre gostei de miúdas a cortar a língua com x-actos, desde o secundário, por isso ia ser desta. Mas não. Grotesca trapalhada que de homenagem ou parecença - sinónimos da desculpa - só tem mesmo o nome. Mais um para o fosso desinspirado a que chegou o terror teen americano, tudo exposto mas nada lá dentro, nada para ver nem para oferecer. Sem ser grande fã da saga reconheço a sua cor, o seu toque, a sua vontade irónica de ter uma cara. Hoje não, hoje corta-se a mão sem haver retaliação.
Faz todo o sentido
Disse ao meu irmão que tinha ido ver The Hangover Part III. Ele ripostou que nunca tinha visto nenhum. Eu perguntei porquê. Ele respondeu: porque sei que não me vou rir. Com esta é que o sacana me tramou.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
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