terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A culpa não é dela

Primeiro custa porque é um Fincher, e um Fincher devia ser sempre um Fincher. Mas anda difícil, e ainda não foi desta. A domesticação entra mesmo nas casas mais blindadas e The Girl With the Dragon Tattoo é uma descarada prestação de serviços. Um desinspirado thriller, transcrição literal do livro. Letra por letra. O que é ainda mais inacreditável: em primeira instância porque uma adaptação deve ser sempre livre e ágil o suficiente para distinguir a prateleira da sala de cinema; e em segundo lugar porque já havia a versão sueca, ali, disponível, como guia do que resulta e não resulta. Mas não, pimba, zás, exactamente os mesmos erros, a mesma fragmentação narrativa e sonolência ritmica. Não magoa, não aleija, não faz nada. Devia dar aquele murro à The Silence of the Lambs mas acaba por dar aquela festinha à Red Dragon.

3 comentários:

playmaker disse...

Acabei agora de ver a trilogia e sinceramente até gostei. Depois vi o trailer da versão e inglês e realmente parece uma cópia do sueco.

Anónimo disse...

Assino por baixo mas acho que ela até ajuda à festa, não me convence como Lizbeth ;)
Nuno Rechena

PS-O Fincher é bestial para assassinar livros, o Fight Club é um filme fantástico até ao final, em que ele transforma um dos melhores finais de livro que já li numa palhaçada com explosões e sem a miníma piada. Me no like Fincher ;)

Miguel Ferreira disse...

Eu gosto bastante do Fincher do Seven, Fight Club (nunca li o livro!), e Game. A seguir a isso é só tristeza.Vendem-se todos à industria e ele não foi excepção.