Este desabafo vem a propósito de muitas coisas. Tudo começou devido a Sweeney Todd e à sua abundância em sangue e violência. É bom ver um filme em que a total liberdade criativa do autor está presente em todos os segundos, sem limitações nem domesticações. Respiramos ar puro. Tim Burton continua a ser dos poucos que bate o pé às restrições de idade para aumentar os lucros, e continua a fazer o seu cinema. E não é assim que devia ser? É, e já foi em tempos. O maior de 16 pouco influenciava a indústria e os filmes esses, eram feitos pelo realizador, pela sua ideia, e não pelo mestre de marionetas que se encontra lé em cima. Sagas como Die Hard e Terminator (está aqui o pequenino teaser) viram-se obrigadas a amputar grande parte da sua essência de série B, suja e agreste, para agradar a um maior leque de pessoas, passaram de lobo a cordeiro – estamos a falar de o John McClane já não poder dizer o seu Yippee-ki-yay mother fucker, estamos a falar do extreminador já não poder retirar à vontade um olho no lavatório. Não estamos a falar de violência gratuita, estamos a falar de violência e dureza de um género, de um nome, que agora é mais um dos bonecos de plástico, sem cor nem cheiro. E como falo da violência, falo do sexo. Há quantos anos não existe uma atracção ou um instinto fatais? Está restringido a baboseiras adolescentes e cenas sem consistência. Temos pequenas ilhas como Choke (o trailer redband já foi banido mas acabava com a frase If this movie doesn't touch you, then go ahead and touch yourself) ou Young People Fucking, que vão emergindo esporadicamente. E respiramos ar puro de novo. Não peço um cinema carregado de violência e cenas de sexo. Peço apenas um cinema livre, como aquele que via nos 90s.
terça-feira, 22 de julho de 2008
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