Falava com o João, ao almoço, de como a Netflix - e plataformas em geral - se têm apropriado dos nomes. Aos poucos, os filmes deixam de ser daquela pessoa e passam a ser daquele monopólio. O que acontecia já com as séries chega a este cinema de plataforma, encaixotado no catálogo "o que ver a seguir". Por outro lado é neste "Quem quer ser John Netflix", que os autores encontram poiso para os seus trabalhos e podem continuar a filmar. Este Sous la Seine é um óptimo exemplo disto: não é o último filme do Xavier Gens, é o filme de tubarões da Netflix, já a obra mais vista no segmento dos 14-24 anos às quintas-feiras depois das 20h15. Não sei quem ganha aqui. Por um lado é pôr um autocolante por cima e vai tudo a eito. Por outro, é forma de relembrar filmografias menos faladas e ver finalmente o Frontière(s), por exemplo. O que é que vocês acham?
Em relação ao filme, gostei da cidade e suas catacumbas. Sítios reais que depois não casam com os efeitos de segunda linha e as piruetas daquele tubarão fêmea. Algumas cenas com piada - como a dos nadadores - mas falta assumir o divertimento e o massacre, como tão bem executou Alexandre Aja no seu Piranha 3D. Leva a sua patetice demasiado a sério. E assim resta-nos esperar pelo Sous la Seine: Dominion. Onde o mundo fica cheio de tubarões e depois os nossos protagonistas vão a Malta andar de mota de água e acabam num complexo aquático de uma multinacional cheios de gafanhotos. Gafanhotos do mar, claro.
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