Voltar a Scream 2, que viagem. Já não o via há muitos anos. Trazia a ideia de uma obra à sombra do original, decalcada, contida. Nada disso. É verdade que mantém as desconstruções mas agora habilmente refletidas sobre si mesmo: aquele início, de campos e telas, da tragédia versus entretenimento, é um exercício possível só por alguém em pleno domínio da linguagem do género. Voltar ao sítio, mas reencená-lo; todos personagens, todos espectadores. As mortes sincronizadas, o grito, caraças é possível que goste mais deste começo. Depois, todas as pequenas pistas que vão apontando o filme ao derradeiro némesis são inseridas de um modo muito silencioso, alargando o historial das personagens e invertendo a lógica de clássicos como o Sexta-Feira 13. Por cima, todo o cenário do teatro, da tragédia grega, do eterno fado de Sidney que aqui tem a derradeira noção de que a paz nunca lhe cairá bem. Por último, para além destes novos (e entusiasmantes) detalhes dei por mim acompanhar todas as falas, parecia O Rei Leão, boyfriend killer, boyfriend killer, colocando-me de imediato num tempo em que o cinema era manhã, tarde, noite. Em que tínhamos a banda sonora, em que víamos e revíamos, teorizávamos, ansiávamos. Voltar a Scream 2 foi como alugar qualquer um desses dias.
terça-feira, 16 de novembro de 2021
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
-
no continente: um shampoo fructis anti-caspa, meia dúzia de víveres e o lord of war por 1,89€. * [ps (mais bizarro ainda): na compra de 2 ...
-
Dia Normal : acordas, vais para o trabalho, trabalhas, almoças, trabalhas, vais para casa, jantas e adormeces. Dia Michael Bay : acordas, va...
-
We can live like Jack and Sally if we want Where you can always find me And we'll have Halloween on Christmas And in the night, we'l...
Sem comentários:
Enviar um comentário