Há muito que devo esta linhas a For All Mankind. E o magnífico tema de abertura do post anterior, da autoria de Jeff Russo, foi o lembrete necessário. Quando a série saiu em 2019, passou fora da minha órbita de ação, faltou-me entusiasmo. Até que, já este ano, numa conversa com o amigo Pedro Nora (Os Críticos Também se Abatem) voltei a cruzar-me com ela, num conselho sério de que estava aqui a melhor série de ficção científica da atualidade. E, sem tirar qualquer valor a The Expanse, de facto está. Esta corrida espacial de Ronald D. Moore, numa linha temporal alternativa - onde os russos foram os primeiros a pisar a Lua - começa morna, à procura do seu ritmo e das suas histórias. A primeira temporada vai crescendo, em qualidade, arrojo, mas só no arranque da segunda, é que as coisas aterram. Arrisco-me mesmo a dizer que este conjunto de 10 episódios, que foram para o ar este ano na Apple TV, são um pequeno acontecimento. Dando um salto temporal para a época seguinte - entramos nos anos 80 - podemos de uma forma simples trocar votos com as personagens. O intervalo temporal faz com que elas se coloram, com que as coisas aconteçam, despoletando também aquele sentimento imediato das peças que faltam, de um novo quem é quem. Todos os arcos ganham nova energia, coesão, e desde Lost que não sentia tamanho apreço por um grupo de malta. [SPOILERS] Talvez por isso, ainda meio no abalo, considere a cena inaugural - da tempestade lunar - e a cena final - do sacrifício - das peças mais bonitas que vi em televisão. Um entusiasmante circulo que se fecha. Agora é contar os dias para os anos 90. Marte aí vamos nós!
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