domingo, 11 de julho de 2021

Então estamos sós enfim


Bem Bom consegue superar o seu maior desafio: retratar a banda, não só enquanto Doce, mas enquanto Lena, Teresa, Laura e Fátima. Não escolhe ninguém em particular, não Freddie Mercuryza a obra em prol de uma narrativa mais fácil ou pipoqueira. A voz é delas, de cada uma delas. Quatro jovens atrizes que se atiram de cabeça, em personagens cheias, repletas de energia e identidade. Há esse olhar, esse esperar por cada uma, de forma a entrelaçar todos estes feitios em pequenos feitos, como aquele delicioso momento musical numa bomba da Galp. Por outro lado a belíssima cinematografia - destaque para o uso da contraluz - do pessoal, das formas, das roupas, não consegue esconder algumas limitações no que diz respeito à escassez de recursos. As atuações ao vivo acabam por ser repetitivas, pouco criativas e sem escala. Ficamos a pensar de como seria interessante explorar o cinema por detrás dum festival da canção, os artistas, o burburinho, a pontuação, aquele vai não vai de saber quem ganhou. Nada que aleije o trautear contagiante, enquanto descemos bem dispostos as escadas da saída.

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