Amigos da xenomorfia, o que se segue contém bolinha e spoilers. Spoilers e bolinha. Por isso se estiverem com crianças ou quiserem ver Alien: Covenant virgens da silva o melhor é irem espreitar o Hollywood, está a acabar Os Três Mosqueteiros da Disney mas deve ir dar uma malha à altura. Ora bem, em relação a este último tomo no universo Alien, começo por dizer que carbonizar o James Franco nos primeiros minutos, sem lhe dar hipótese sequer de abrir a boca, é para mim, logo, uma estrela. Era ter o Seth Rogen ao lado e aos 10 minutos já íamos com duas. Uma maravilha ao nível do Santoro enterrado vivo no Lost. Depois desta "tragédia" seguimos então para a construção, viagem, da qual conhecíamos parte mas estávamos longe de visualizar o todo. Nisso o marketing aparentemente escancarado foi inteligente, guardando o mais importante para o dia. E se Scott respondeu às críticas, também as enfiou no cu desses nervosinhos insatisfeitos: a criatura acaba por ser o pretexto, o veículo da história de um outro "ser". Ele, a tentar ser, ele a ser o verdadeiro protagonista desta nova saga. David. É terror, ficção científica a todo o vapor, com todas as suas ferramentas para dizer e passar outra coisa. Sangue, tripas, queixos a voar, foda-se em qualquer outro lado já estávamos a levar com um Maiores de 12 há muito tempo. Eu não gostei do Prometheus mas reconheci a audácia e caí de beiços pela mitologia. Covenant corrige alguns problemas - ritmo, interpretações - conquistando outros claro, mas no final é um entretenimento que cumpre. Que tem uma ideia, e melhor, tem uma ideia que não era a nossa. Mostra-nos, para o bem e para o mal, uma oportunidade, um mundo novo, e nestes descobrimentos ganhamos sempre todos.
quarta-feira, 24 de maio de 2017
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