Hoje, mais que nunca. Leva-nos a pensar se esta América profunda, não é apenas América, e a outra, uma miragem, um produto de edição, um sonho. As tribos: desolados nativos, com os seus ritos e gritos, canções e superstições, a furar um mundo que se construiu para outros. É um belíssimo retrato, muito bem aplicado no 4:3, fechando ainda mais e aproximando-nos. Tanto que - e isto é o mais incrível de American Honey - sem existir nenhuma grande chave ou explosão as suas quase três horas de duração passam com uma suavidade mestra. Que nem viagem, onde as imagens nos crispam e convidam constantemente a questionar este imaginário fodido. Exorcizado na música (que banda-sonora senhores), ou não fosse a canção homónima um dos enormes momentos de cinema do ano passado.
sábado, 21 de janeiro de 2017
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