Train to Busan está a ser vendido por aí, nas praças e mercados, como o melhor filme de zombies desde que o outro cagou uma vela. Expressão que acabei de inventar, sinónimo de que passou muito tempo, há muito tempo. E não podia ser mais enganador e redutor: esta malha coreana não é só melhor filme de zombies da década, é também o melhor filme de ação, o melhor apocalipse, o melhor terror, o melhor thriller, desde que os blockbusters eram filmes. Vem redefinir esse mesmo conceito, dar-lhe vida, num cinema tão completo, tão cheio de recantos e - lá vou eu cair no mesmo - de cenas. Foda-se, há quanto não era eu presenteado com uma cena, coração a rasgar, como aquela do escuro, dos túneis que ora apagam ora acendem. Não pára, só cresce, com um visual incrível e com um conjunto de personagens que seguem todas as regras do estereótipo mas que em simultâneo existem: a gaiata, a grávida, os jogadores, o pai, os pais, a velha, são eles como sempre mas também são eles como nunca. Como nunca os vimos, para nos oferecer um avassalador adeus, e um plano final cheio de tudo. Cheio daquele vale a pena.
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