O Steve Carrell é um touro. Já tinha chifrado forte em Foxcatcher, e aqui, com aquela aflição despenteada, segura a mensagem. Quando ele percebe, quando ele percebe é algo de extraordinário, apenas suplantado pelo aceitar final. É um pedido de desculpas ao mundo, fazer parte dele. Não temos culpa, ninguém tem e temos todos. Um exercício de tentar elucidar, assente no ridículo dessas mesmas explicações, desse marfim podre, desse cartão a arder. Crescer num monte de nada, de mentira em mentira. Só pode ser mentira. É não é? A ideia do filme, montagem, narração, cara a cara, é de nos enfiar como cúmplices, como conhecedores inacreditáveis do burlesco. Resulta tão bem que a piada no final, dramática como cantam os Bee Gees, está mesmo em nós.
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