Sinto muito a falta de cenas no cinema. Acontece, no pão nosso de cada sala, a inexistência das mesmas. De sair e pouco depois, dias, semanas, não ficarmos com nada. Termos visto, se calhar até gostado, mas neste novo rebuliço do século XXI, não se reteve puto. Antigamente sentíamos, antigamente existiam, momentos e cenas, pedaços com início, meio e fim, para serem discutidos. O mais incrível de The Room é conseguir esse raro regresso: a transição de um ato para o outro, o salto na paragem, é o testemunhar de uma cena, de um incrível rasgo cinematográfico, sufocante, inesquecível. Único, tão único que qualquer carpete não será nunca mais qualquer carpete.
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