The Hunger Games: Mockingjay - Part 2 é daqueles filmes que nunca mais começa e quando começa nunca mais acaba. É o fim da picada para as adaptações literárias juvenis. Termina aqui, termina esta noite, sem o Neo à porrada com o agente Smith, mas comigo a convulsar só de recordar. A preguiça criativa, cultural, maquinal, atinge aqui um novo mínimo, nunca antes conseguido. Nem o Harry Potter se fez com tantos nadas. Não há guião, não há ritmo, não há ação: são as páginas de um livro filmadas, a 35 depois da 34 e antes da 36. Ela a andar, ela a gritar pelo padeiro, ela a andar, ela a gritar pelo padeiro de novo. Lenta como uma lesma. Foda-se até as corridas demoram. E, para além de ser o pior, é também o maior desperdício: foi lixo com as assimetrias sociais, com os regimes opressivos, com o poder dos media, com as revoluções, e a inutilidade das mesmas. A ciclicidade. Tanto mas tanto para contar e ensinar, tanto tão atual, que fomos morrer neste entediante lamaçal.
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