Estava a comer uma bola de berlim. Nunca peço, uma bola de berlim, são sempre os magros sessenta cêntimos do café que fecham a tarde. Ontem não. E à medida que trincava aquela massa ultrapassada, mal cozinhada, conclui que todas deveriam ser como aquele que comi em Viana. Foda-se que maravilha de bola. Porque é que não são todas assim? O que é que falha? É assim tão difícil fazer com que aquela pequena esfera, com meia dúzia de ingredientes, seja sempre deliciosa? É. Assim como é difícil voltar a fazer um Missão Impossível como o primeiro. E parece ridículo. A fórmula é simples, a série abriu caminho, De Palma fez o resto. Ambiente, espionagem, fumo, intriga, boa intriga, voltas e reviravoltas. Mas não. Excluindo o segundo, devaneio autoral que merece bem mais que este textinho, todos os outros entraram em modo Saw: vamos lá ver qual é a macacada que o Cruise faz desta vez, como a morte mais macabra. Então e a história? Epá metam uma lista com o nome de agentes, ou algo do género. Mas isso não foi já usado no primeiro? Ah foi, mas mete que fica sempre fixe. E pronto, é sempre a puta da lista, sempre ele a fugir de alguém da CIA ou outra agência qualquer, com amigos de cartão, vilões bananas com planos básicos e cenas muito bem demarcadas que se sucedem umas a seguir às outras. Seguiu-se o molde errado. Até podiam ter ido buscar o realizador do Jack Reacher, um óptimo policial, de certeza que iria fazer me...ah espera.
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