Numa altura em que todos se comem, uma meia dúzia foi ver As Mil e Uma Noites. Volume 1, em Sines. Obrigado Sines. Esta semana mais meia dúzia, na outra outros tantos. E fecha-se a conta. Os poucos e os muitos, que podem fingir não se conhecer: mas está lá tudo, logo no início. O realizador e entidade pensante, como poucos a assumir posição, murro, onde já ninguém bate. As canções que afinal não são, os poemas que afinal não eram, ninguém quer os pêlos púbicos e públicos arrancados, ninguém quer a comichão. Ai que dói. Miguel Gomes é outro, diz logo, o estado miserável, o governo que deixou o país num estado de miséria. Ponto. É isso que é exposto ao longo de duas magníficas e inventivas horas, que não desistem de si mesmas - no modo como existem. Enchendo o peito, elas mesmas inquietas; há tanto mas tanto que os palavrões passeiam para outro texto. Ficam em casa. Para que na rua fique eu, e os outros cinco, à espera do resto de Portugal.
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