Este sim, o acontecimento. Tudo a fazer sentido, sua visão a ganhar real forma. Estado final de metamorfoses, de buscas sucessivas em planos, reviravoltas e fantasmas. Sempre foi neles que residiu o seu cinema: vê-los ou não conseguir esquecê-los. As narrativas, constantes maratonas redentoras, para o perdão ou silêncio, paz. Sempre em busca, como ele mesmo. Este sim, o acontecimento. The Visit é não só o melhor filme de Shyamalan, como é um dos melhores do ano. Para além disso é também uma pequena maravilha. Sinopse curta: dois irmãos vão visitar os avós pela primeira vez. É isto. É o quê? É found footage gourmet, quase uma nova categoria, o éden. Não só para o susto - que existe e é do bom - mas para o desarme das crianças. Do casal protagonista, dos irmãos e seus medos, que vão evitando e olhando para outro lado até ao final. Exorcismo já antes usado mas que aqui se assume como real, muito carnudo, daí o documental. Mesmo à flor, até explodir. E nós agarrados que nem balão inchado, a transpirar do ar em excesso, da falta dele. Para voltarmos a nós, e podermos rir. O bizarro é divertidíssimo. Saber demonstrá-lo, por outro lado, é complicadíssimo. Hoje não, hoje tudo foi fácil. Acho piada aos que gozam irónicos: ah e tal diziam que ele era o novo Spielberg. Foi a melhor coisa que lhe aconteceu, não ser o novo Spielberg, se não estávamos a levar com aqueles dramalhões de guerra, dos cavalinhos ou das pontezinhas dos espiões. Foda-se deus me livre. Manteve-se fiel ao que interessa. E por isso, na saúde e na doença, terá sempre a minha visita.
1 comentário:
Não achei o filme lá essas coisas. irrita-me particularmente o género documentário onde a câmara não pára quieta. Ainda assim, quando eu já tinha desistido de ver os filmes deste senhor, fiz a derradeira tentativa e... não foi tão mau como eu pensava. Ainda não me convenceu totalmente mas está no bom caminho se continuar assim...
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