terça-feira, 8 de outubro de 2013

Não é só altura

Apesar de todas as dicas apontarem o riso como cura, quando chega a hora de meter séries na receita o doutor fica nervoso. "E agora o que é que eu escrevo?". De facto o panorama cómico televisivo é deprimente. Foi como se aquela bola da Miley Cyrus tivesse rebentado com todas e quaisquer construções, vendendo o terreno à falta de ideias. Ou nos vamos arrastando - e vomitando - à procura da mãe ou então temos de levar com a Deschanel de olhos excessivamente abertos à procura de serenidade. Eu via, mas depois o meu irmão perguntou "porquê?", seguido de um "isto não tem piada". Pois não, é mau, é forçado. É tudo mau e forçado* e o que sai do forno não aprende. Um gajo que volta a morar com o pai, ou um pai muito engraçado com problemas com a filha, e depois há bebés, e é só rir. Sempre o mesmo estrume, presos na bolha daquela outra coisa muito má. Tudo para dizer que, neste universo, Hello Ladies é a estreia mais interessante e promissora do ano. Não tem o peso de Louie ou Extras, mas abre terreno de forma muito vincada, com diálogos no ponto e momentos delirantes. A inversão de marcha da limousine, por exemplo. Ah e tem um genérico daqueles. Mesmo mesmo.

*Parks and Recreation, eu sei. 

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