Pensei para o botão, aquele mais perto do meu queixo: isto com actores a sério se calhar até resultava. Ele olhou para mim, mesmo antes de se desmanchar no riso, e disse: nahhhhh! E rimos com vontade. De facto o casting inenarrável de Cloud Atlas não pode ser desculpa para tamanha trapalhada. Sim tem a Halle Berry, tem o Tom Hanks - numa espiral de bad acting que eu vou-vos contar - tem o Jim Sturgess, tem o Hugh Grant, tem mais uns que até arrepiam, mas só isso não justifica. A sua repetição ao longo das histórias não tem vigor, fica uma ideia empapada nos narizes, nas perucas. Agora sou branca, agora já não sou coreana. E agora sou velhinho. Circo, circo de má qualidade que se justifica nuns chavões moralistas cuspidos de quando em vez. Estamos todos ligados, dizem muitas vezes, esquecendo-se de que é necessário sentir esses laços. Zero. Ah mas é muito fiel ao material de origem, dizem alguns. Eu estou-me nas tintas para o material de origem. Para este e para todos os materiais de origem do mundo! Eu quero é ver um bom filme! Não aconteceu. Salva-se, claro está, um belíssimo tema.
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