segunda-feira, 7 de maio de 2012

Porque é que o mau não pode ser mau porque sim?

Chronicle foi vendido como novo. Como outra coisa. Que não é, dando aso então a um sem número de teorias para a desilusão. Não vou aqui dissecá-las a todas - depois se quiserem comprem o livro - mas penso que a causa principal para o falhanço reside no facto de, mais uma vez, a vilania não ser tratada como algo natural na ordem das coisas. Para quê justificá-la? Para quê criar o bom que tem a miúda e o mau que é mal tratado? São paninhos quentes de uma indústria saturada, que aqui não combinam com o estilo super realista da obra. Quase quase, mas foi ao lado.

5 comentários:

Anónimo disse...

Olha que,como psicólogo, um vilão ser vilão só porque sim, soa-me a coisa não original mas irreal ;) Até mesmo o Joker do Nolan tem uma razão para ser assim. Nós não a sabemos e ele conta várias possibilidades mas ele não é louco apenas pq sim (e recomendo a leitura do The Killing Joke do Alan Moore para leres não só aquela que provavelmente é a melhor história do Joker e mais próxima do Joker do Nolan mas também para saberes a origem da loucura)
Mas pronto, isto é a minha veia psicodinâmica que procura sempre os traumas da infância para explicar as personalidades adultas ;)
Nuno Rechena

Anónimo disse...

Falhanço? Tanto quanto sei critico não foi porque a partida não se esperava muito do filme e pelas criticas que vejo, a maioria superou as expectativas. Há até quem diga que foi inintencionalmente uma razoavel adapatação live-action da manga Akira

Agora se estamos a falar economicamente o filme fez 60 e tal Milhoes, para um filme com um budget umas 5 ou 10 vezes menor nada mau.

E mais a vilania do protagonista está claramente explicada, pode não ser a melhor de sempre mas esta la claramente, do mesmo modo que estava em Carrie e outros que tais...

João Sousa

Miguel Ferreira disse...

Nuno, ainda bem que referes o Joker porque para mim ele é o exemplo claro de um bom vilão. Sim sabemos ou ouvimos que algo motivou a sua loucura mas isso nunca te é explicado nem justificado. Até pode ser tudo mentira. O que eu quero dizer é que o cliché do gajo com bom ambiente familiar e a miúda ser o Bom e o desgraçado que leva porrada em casa e na escola ser o Mau é saída fácil. E mais que vista.

João, falhanço para mim. Está bem explicado como no Carrie. Pois está, está igual ao Carrie e a outros tantos filmes onde o bullying é desculpa para tudo. Onde dois amigos muito amigos se tornam antagonistas para no final o bonzinho ganhar e ir para o Tibete. Opá a sério? Não havia mesmo uma, mas tipo só uma ideia nova?

Anónimo disse...

:D O Joker é um bom vilão mas quem segue a BD sabe pq ele é assim. O bullying é só uma das causas possíveis para criar um bom vilão mas tem sempre que haver alguma coisa e, neste caso, mais do que o Bullying na escola, era a conjunção relação problemática com o pai e a paixão pela moribunda mãe, talvez um complexo de édipo nunca ultrapassado. A sério que não levei isto para o bullying e a cena do darwinismo numa onda x-men deu-lhe também algum encanto. Acho que teremos que concordar em discordar. Mas quanto ao Joker ser um bom vilão...e o Boyd Crowder? Tornou-se o meu vilão preferido :D Regressando ao filme, insisto que aquilo não é tão mau nem tão prevísivel como te pareceu. Pelo menos eu não achei e tanto filme dde super herois e tanta bd que eu já li :D
Nuno Rechena

Anónimo disse...

Discordo. Para mim não foi um filme sobre ser bom ou mau, foi um filme sobre como adolescentes com super poderes é má ideia (ao contrário do que hollywood e a bd nos faz acreditar). Até porque o bonzinho não é bem bonzinho, só no fim é que ele faz algo de especial e mesmo assim é mais para salvar o primo do que os outros.