terça-feira, 6 de março de 2012

Uma ilha chamada Michael Shannon

Take Shelter consegue a proeza de não ser o estudo; é a própria matéria. É o medo. A paranóia, a loucura, com o som a ir e vir, mais pesado, mais íntimo. Shannon é essa ilha, essa magnífica bomba relógio que nos agarra naquele seu deserto. Desde os silêncios aos gritos proféticos. E se os ecos ficam como picadas, o final não satisfaz. Escolheram as duas saídas, uma em cima da outra, para agradar a gregos e troianos, comprando aquilo que nunca antes ali habitara: o seguro. Ficamos assim a uns desnecessários centímetros de uma obra-prima.

1 comentário:

Anónimo disse...

Escassos mesmo. O trabalho do actor fez-me de certa forma lembrar o shining, pela forma como se vai deteriorando aquela mente, mais apaixonante ainda por eu ser psicólogo e aquilo me soar tudo tão bem. Quanto ao final...confesso que gostei do final duplo, do esvaziar do balão inicial para depois encher outra vez full throtle. Talvez previsível mas ainda assim delicioso. Gostei muito deste filme, a par do drive e do we need to talk about kevin possivlemente os filmes mais injusticados destes Óscares. Este para melhor actor e o outro para melhor actriz. O drive era para tudinho mesmo ;)
Nuno Rechena