quinta-feira, 29 de março de 2012

No bairro

A sorte das traduções portuguesas é existirem as traduções brasileiras e o tão confortável podia ser pior. E sim o sambinha no pé consegue, quase sempre, ser mais rídiculo que o nosso fado. Porém, Attack the Block, muda o jogo, apresentando-se como a tradução nacional mais horrorosa dos últimos tempos, cá e lá. Ets in Da Bairro? Mas isto é a sério? No Brasil é Ataque ao Prédio amigos, ataque ao prédio, não é genial mas faz sentido. Agora, houve realmente alguém que achou que in Da Bairro era giro e sugeriu-o, numa animada mesa de reuniões, a outras pessoas que também o acharam giro e assim, boom, nasceu a idiotice. Alguém tem de parar estes senhores.


Do filme, propriamente dito, o que tenho a dizer é muito simples: Attack the Block faz por esta década o que os Goonies fizeram pelos 80's. Não precisa de vir com carimbos homenagem - como Super 8 - ou com pretensões de ser algo mais - como Hugo - chega duro, seco e eficaz. Fiel ao género, fiel a si. Palavrões, violência, Inglaterra. Cornish filmou o seu filme de ficção científica - cheio daquilo que ele viu e sabe, claro, mas sempre seu -há ali identidade. Personagens marcantes - soberbo Moses - bem desenhadas que não querem salvar mundo, apenas o seu bairro. Há um marimbar para o resto. Há acção descontrolada. Há bicicletas. Há tudo o que deve haver num filme de aventuras. Ah e há aquilo - oh lá vem o poeta - há coração amigos, há coração.

1 comentário:

Anónimo disse...

É mesmo isto, sem tirar nem pôr. Gostei muito, muito mesmo. E os mitras lá salvaram o mundo!!!
Nuno Rechena