De todos os meninos ricos mimados que nos queimam a pachorra com novas tecnologias Scorsese foi, até ao momento, o mais bem sucedido. Disso não restam dúvidas. Agarrou nas três dimensões e utilizou-as como peça integrante da estrutura fílmica. Uma daquelas fulcrais para o relógio funcionar. Os ambientes, os travelings, tudo é inacreditavelmente perto. De nós. E a mensagem é muito clara [esqueçam as homenagens, ou suspiros, ou nostalgias] ele só nos quer dizer uma única coisa: o futuro do cinema é o 3D. A sétima arte morreu mas pode renascer. Martin deu o braço a torcer, e tentou provar que tem razão do futuro, usando o passado. Esta missão, esta sede de mostrar, acaba por transformar Hugo numa história demasiado simples, bonita mas plana, vistosa mas fria. Mais um que se vendeu mas eu ainda não comprei.
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3 comentários:
História plana e dizes que foi o melhor 3D? :)
Concordo que tecnicamente supera tudo e concordo que o 3D nem limita nem estraga a história como noutros casos.
Não acho que a história seja plana, acho é que o trailer revelou demasiado. No livro a magia permanece encerrada por mais tempo.
Eu por acaso acho o trailer das coisas mais enganadoras que vi desde o Bridge to Terabithia. Alguém devia ser preso. Vendem o filme como uma grande aventura para miúdos e o filme nem é uma aventura nem é para miúdos.
Eu, admirador confesso do Scorcese, não gostei deste tecnicamente irrepreensivel Hugo. A ideia é gira mas nunca me consegui ligar aos personagens ou ao mistério, nunca me interessei realmente onde é que aquilo ia dar. Acho que é a primeira vez que um filme do Scorcese não me diz mesmo nadinha. Continuo na minha que o Drive, o Tree of Life e o Beginners foram os filmes do ano. E por falar nisso, gostei do Bridge to Terabithia.
Nuno Rechena
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