Talvez as críticas entusiastas e as expectativas espadaúdas tenham elevado a obra até si mesma, do chão até às nuvens. E sendo o céu o ponto de partida, a queda de um espectador ansioso pode realmente ser enorme. Como a minha. À espera de um passeio de avião saiu-me uma boleia de carroça. Fã confesso da colorida Juno, não consigo espremer nada de memorável neste Up in the Air. Linear, cinzento. Uma linha recta que nunca ganha vida, nem na narrativa nem nas interpretações. Kendrick é uma surpresa, mas só isso, nem tem espaço para mais. Clooney é só ele, Clooney. Farmiga é linda de morrer, mas isso não chega. Muito cartão, pouco sangue. Sim a história passa por alguns bons momentos (algumas boas gargalhadas) e a montagem aparece dinâmica, com personalidade. Mas falta ligação, falta largarem-nos naquela última cena e ficarmos umas horas, uns dias, umas semanas, perdidos por lá, nas nuvens.
domingo, 24 de janeiro de 2010
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4 comentários:
Pelo pouco que conheço de Reitman, tenho achado estranho todo o alarido que têm feito em torno deste UP IN THE AIR. JUNO é um bom filme, mas não é nada de extraordinário.
Enfim, terei que conferir.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
As minhas expectativas em relação a Up in the Air eram nulas e não gostei assim tanto de Juno, talvez se explique então porque gostei deste. Nas Nuvens é um bom filme - sensível e humano - que não deixa de ser extremamente sobrevalorizado à face de todos os prémios e nomeações que tem conseguido, mas que se torna perfeitamente compreensível. A situação actual - ainda mais a norte-americana - é a mesma de Up in the Air. Chegou na altura certa e com isso Jason Reitman soube ser inteligente. É dramático, comovente e veraz, mas não deixa de ser um feel good movie, mesmo nos desfechos mais tristes.
Sim é um filme actual. A frieza dos laços e o desemprego (alguns desempregados são mesmo pessoas reais)conseguem marcar posição. Mas o resto, o calor humano que devia sair da história e personagens simplesmente não me alcançou. Falta emoção, coração.
Ainda assim, fiquei curioso!
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