Podia (e se calhar até devia) ser um texto longo e espesso, com todos os motivos esmiuçados e bem explicados. Com toda a justiça a ser feita para que nenhuma razão fique perdida. Porém, como ainda falta uma temporada (presente no longíquo 2010) e depois do fantástico final de quinta-feira aqui deixo as 5 razões porque Lost é uma série única que ficará imortalmente gravada na história da televisão:
1. Personagens. Lost criou um leque de personagens singulares e marcantes, que respiraram pelos caminhos mais diversos e imprevisíveis do ser. Para além daquelas de raíz a série consegue ainda inserir novos elementos que lutam lado a lado pelo protagonismo e agarram com a mesma força este universo (Ben, Juliet, Faraday...)
2. Mudança das regras. Cada temporada é distinta, como se de uma cor diferente se tratasse. Mudam a lógica, o tempo e o ritmo da narrativa sem medos nem fronteiras. Arriscam de cabeça em contar o mesmo só que de outra forma (flashbacks, flashforwards, viagens no tempo...)
3. Imprevisibilidade. É uma constante, desde o primeiro episódio. Podemos por vezes saber o esboço da rota mas há sempre um destino que nos deixa de queixo caído.
4. Coragem. Não é fácil chegar à ilha. Muitos desistiram pelo caminho e dizem que já entendem muito pouco, que já não querem entender. É verdade para se usufruir de Lost tem de se ser fã desde o primeiro instante, tem de se conhecer cada e qualquer recanto, ir juntando peça por peça. É preciso paciência. Mas os pacientes são recompensados, cada vez mais, por um produto que não quer saber das massas, que não quer saber se é complicado ou difícil, quer-nos dar tudo aquilo por que esperámos, tudo aquilo que merecemos, do modo mais brilhante e honesto.
5. Ficção e realidade. É ficção pura, misturando deuses e saltos temporais. Mas ao mesmo tempo é a realidade mais verdadeira das relações humanas. Temos explosões, desastres de aviões, fumos negros e magnetismos. Um fogo de artifício que é no fundo o corpo exterior de uma complexa rede de sentimentos e vontades (do rir e do chorar), de sangue e verdade, do nosso e do vosso coração.
Cinco são poucas? São. Venha a sexta e todas as outras razões que nos deixam bêbados de espanto. Cá te esperamos.
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