segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Coney Island

Ao falar da Beth de Cloverfiel lembrei-me das últimas imagens felizes gravadas em Coney Island. Lugar muitas vezes filmado, por vezes submerso (A.I.), outros dias desolado(Requiem for a Dream). E é neste deserto abandonado que me lembro dele, como se fosse eu o Jared Leto deslumbrado.

Pôr-do-Sol australiano

O desafio é criar um spot televisivo, com duração máxima de 30 segundos, para o novo filme de Baz Luhrman. O prémio é uma viagem à Australia, para dois e uma viagem a Nova Iorque, também para dois. O desgosto é o facto de eu não morar nos EUA e assim não poder, segundo as regras, participar. Está mal. Porém, os conteúdos para a criação do anúncio estão disponíveis e vale a pena o rápido download, nem que seja pela exclente pasta de imagens que lá vem. Sempre dá para apaziguar a frustação.

Odette Yustman

Deu-nos este acordar em Cloverfield e desperto ficou o nosso interesse. Mais uma carinha laroca ou uma real actriz em ascensão, é isso que os próximos trabalhos dirão. Para já aparece como protagonista central do filme de terror The Unborn, uma das muitas histórias que por ano aparecem para nos (tentar) tirar o sono e que assusta assim:


Que o Halloween esteja convosco

O resto da galeria aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Os dias do cinéfilo

Dia Normal: acordas, vais para o trabalho, trabalhas, almoças, trabalhas, vais para casa, jantas e adormeces.

Dia Michael Bay: acordas, vais para o trabalho, rebentas com um prédio, não almoças, rebentas com um carro e um helicóptero, não jantas, rebentas com a tua própria cama e não adormeces. É um dia explosivo

Dia David Lynch: acordas, vais para o trabalho num coche guiado por um anão, trabalhas, jantas com uma loura de peruca, desmaias. Acordas outra vez e vais almoçar. É um dia esquisito.

Dia David Fincher: acordas, está a chover, vais para o trabalho num velho carro cinzento, trabalhas, tosses e fumas, almoças um cachorro, está a chover, trabalhas, sangras do nariz e fumas, vais para casa a pé pois o carro avariou, está a chover, comes restos requentados, bebes uma garrafa de whiskey e adormeces. É um dia negro.

Dia M. Night Shyamalan: acordas intrigado em Paris, vais para o trabalho estranho, trabalhas, almoças, trabalhas, todos olham para ti, vais para casa estranho de novo, jantas e antes de adormeceres descobres que afinal estás em Londres. É um dia surpreendente.

Dia Martin Scorsese: acordas, agarras na arma, vais para o trabalho de táxi, matas o taxista, trabalhas, falsificas cheques, lavas dinheiro, almoças num restaurante italiano, trabalhas, roubas, ameaças, vais para casa de limusina, matas o motorista, jantas com uma prostituta, matas a prostituta, adormeces. É um dia sangrento.

O Mitch e a cobra

Venho um pouco atrasado mas só hoje descobri que já está em DVD o Anaconda 3: The Offspring. Finalmente vou poder completar esta excelente trilogia e assim que tiver os três organizo logo uma sessão contínua de Anacondas cá em casa. Isto é que vai ser. E se pensam que a piscadela de olho do Jon Voight,no primeiro, era ridícula, se todo o segundo era uma anedota, pois bem meus amigos neste temos o David Hasselhoff e uma cobra que mais parece um comboio da CP. Penso que não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

You must've fallen from the sky

Once é como a música que nele reina, tem de ser ouvido e apreciado cá dentro. Podia estar aqui a descrever o rasto desta estrela que caiu, mas o melhor é fecharem a porta e subirem o som até as paredes tremerem que nem câmara bêbada, vibrando as imagens de um dos melhores filmes que vi este ano. Calo-me, porque quando chegamos ao papel, uma história de amor é isto mesmo, uma enorme e poética falta de palavras.

Elizabeth Banks

Studios are pushing for you to cast attractive people, and the creative side always wants to just cast the funniest person. She was both.
Seth Rogen

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ainda a cantar a ontem

dEUS
Smokers Reflect

Balanço em série (parte II)

How I Met Your Mother (4ª temporada) – Esta é a única série que me faz rir com gosto desde Seinfeld. Tem 5 bons actores, óptimas personagens e diálogos geniais. A sorte e o acaso fizeram o resto. Esta nova temporada avizinha-se igual às anteriores, o que é muito bom pois deixa-me francamente bem disposto.
Dexter (3ª temporada) – Aqui todos os elogios são poucos. Estamos perante televisão de luxo, televisão tão boa que por vezes custa a caber num pequeno écran dando ao espectador planos e sequências de puro cinema, de grandes espaços e telas gigantescas. É a melhor em diversas frentes: nos protagonistas, e não falo somente na interpretação portentosa de Michael C. Hall (a melhor interpretação masculina dos últimos anos), todo o resto do elenco é rico e complexo; a história, que se poderia esgotar se caísse nas mãos erradas, encontra sempre maneira de criar curvas e contracurvas numa fórmula que se vai renovando há medida que a ambiguidade vai evoluindo; a realização é espantosa, sempre incisiva e coesa no tom negro que habita nesta Miami; o genérico é uma obra prima e a música leva também nota máxima. Esta terceira série arranca brilhantemente com um acidente de “trabalho” e a notícia de que Dexter vai ter descendência. Melhor não podia ser.


True Blood (1ª temporada) – Deste interior sulista ainda só vi o primeiro episódio mas foi o que bastou para cativar e afiar a dentuça. Num mundo onde os vampiros vivem lado a lado connosco, satisfazendo a sua sede através de uma bebida que tem tudo o que o verdadeiro sangue oferece, uma especial empregada de mesa apaixona-se por um pálido vampiro. Premissa arrojada e original (rima com Alan Ball), que num tom assumidamente adulto, dá o mote para uma série de questões e problemas actuais. A primeira dentada funcionou muito bem comigo, esperemos que continue assim.


Terminator: The Sarah Connor Chronicles (2ª temporada) – Nunca foi muito fácil a vida desta série. Por um lado tem o selo pesado de uma das maiores sagas de ficção científica do cinema e por outro ofereceu-nos uma primeira temporada morna, que, sem comprometer, não despertou grande entusiasmo. Eu, apesar de não ser fã absoluto, gosto bastante do formato e acho que esta segunda temporada promete bastante, com acção da boa e uma excelente história. Entretanto surgiram os rumores que a série seria cancelada para salvar Prison Break, o que me pareceu um absoluto disparate e a aposta mais que certa no cavalo errado! Depois disto pediram novos episódios e mais recentemente deram a ordem para série completa, o que nos deixa respirar com uma pouco mais de vontade.

Life on Mars (1ª temporada) – Fui espreitar este remake duma série da BBC em grande parte porque sinto falta de Journeyman. Os doidinhos das viagens no tempo (como eu) são assim, sempre à procura de mais uma abordagem, de mais um conceito de recuo ou avanço. Não conheço o original de 2006 mas este de 2008 sem ter deslumbrado parece ter o espaço suficiente para crescer. O protagonista não me convenceu de todo mas penso que com o tempo acertará o tom, assim como os secundários que precisam urgentemente de mais visibilidade. Falhas que esperam correcção numa história muito bem imaginada, com doses certas de acção e mistério.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Despedidas

Esta é uma daquelas cenas que nunca mais me largou. Atrevo-me mesmo a colocá-la na lista de cenas favoritas, de eleição, de coisa alguma que defina o meu carinho por este pedaço de cinema. Um momento que concentra uma série de elementos que se vão comprimindo à medida que o tempo passa. Ficamos apertados até à despedida. O adeus, que era afinal um até já. Para a próxima vais tu, diz ela.
Podem vê-la aqui e depois aqui.

Há precisamente 18 anos

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bizarros talões

Uma vez fui ao Modelo e comprei um limpa-vidros e O Processo. Pensei que nunca na vida iria superar este estranho talão, até ontem, dia em que comprei uma caixa de Chocapic e o Pulp Fiction (1,89 €).

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Balanço em série (parte I)

Chegou então a altura de falar da reentrada outonal das séries televisivas norte-americanas. Enquanto umas começam do zero, outras limitam-se a continuar o trabalho feito, com as mesmas caras no mesmo caderno. Neste conjunto de folhas que caem das árvores falo então sobre estas:

House (5ª temporada) – Depois do melhor episódio da série no final da quarta temporada era necessário manter o nível de inovação e criatividade bem elevados para a série não cair nos velhos vícios. Tal não aconteceu e para além de ter sido um arranque morno e sem imaginação, acrescentaram ainda a personagem mais desinteressante da história da série (quiçá da televisão) o detective Lucas Douglas. O futuro não é de todo risonho.

Heroes (3ª temporada) – Se uma série fosse uma história de amor, Heroes seria sem dúvida uma daquelas trágicas e fatídicas, onde o meu pobre coração seria impiedosamente despedaçado. Gostei muito desta série, do seu ambiente escuro e da sua abordagem diferente à temática dos super-heróis, era mesmo o fã, que semana após semana, esperava ansioso por mais um pedaço de aventura. Isto até à segunda temporada, acidente sem pés nem cabeça, que embrulhou e entortou este universo de tal forma que as saídas ficaram demasiado apertadas. Tentar limpar uma trapalhada destas não é fácil e por muito bem intencionada que esta terceira temporada seja era preciso uma mudança de fundo para a coisa voltar a funcionar. São demasiadas linhas de argumento que continuam sem fazer sentido e chegam duas ou três questões para este frágil castelo de cartas desabar na nossa cabeça. E quando não acreditamos naquilo que vemos, por mais fantasioso que seja, então mais vale chamar o haitiano e esquecer tudo isto.

Prison Break (4ª temporada) – Poucas coisas sustentam no ar esta estrutura inicialmente pensada para ser uma prisão. Rapidamente saíram, rapidamente voltaram a entrar e agora cá fora de novo juntaram-se numa espécie de Scofield’s Eleven e tentam roubar uma lista que pode finalmente destruir a Companhia. Apesar de ter sempre um ritmo fantástico muita da magia já não mora aqui, já não temos as tatuagens e o constante brilhantismo de um plano. Tudo é muito improvisado e feito na hora, já não existindo a confiança de uma fuga que ia sendo destapada aos poucos, ao longo dos episódios. O formato está gasto e penso que terminar a série no fim desta temporada seria o mais sensato.

Pushing Daisies (2ª temporada) – Ou se adora ou se detesta. Eu adoro e dou graças a alguém do topo da cadeia alimentar televisiva por apostar neste universo. A primeira temporada teve apenas 9 episódios, soube a pouco e o esperado regresso foi feito em grande estilo demonstrando uma fantástica capacidade de inovar. Não há nada na televisão actual que se compare a este devaneio quase Burtoniano que tem em cada episódio uma história de crime distinta, com novas cores e espampanantes cenários, com óptimos actores, principais e secundários. É a lufada de ar fresco num ambiente saturado e cansado, que se deve seguir com a maior das atenções.

Fringe (1ª temporada) – Apesar das inevitáveis comparações a X-Files e Alias, é das séries novas a mais interessante e a mais bem conseguida. A escolha da protagonista foi um tiro certeiro e todo o ambiente criado à volta da chamada ciência fringe é deveras cativante e original. Para aqueles que procuram respostas imediatas talvez este não seja o produto indicado, ou não estivéssemos a falar da mente do senhor J.J. Abrams. Para os outros que, como eu, montam estes puzzles com paciência está aqui entretenimento do mais alto nível. Deixo-vos com o fantástico genérico de abertura.


Elementar meu caro

Parece-me bastante óbvio que este Sherlock Homes será um dos grandes filmes de 2009. Grande na medida em que tem Guy Ritchie a realizá-lo, Robert Downey Jr., Jude Law e Rachel McAdams a interpretá-lo e uma legião de fãs a aguardá-lo. A escolha desta equipa transforma esta obra num mar de possibilidades infindáveis e tudo o que vier será sempre uma surpresa. Cá te esperamos.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A banda sonora dos (créditos) finais

Decidi construir uma banda sonora. Peguei nas músicas dos finais que mais gosto, ou nos finais com as músicas que mais admiro, ou vice versa, e alinhei-as em jeito de cd. São dez canções que a meu ver, emparelhadas com a respectiva sequência, criam a sintonia de um final perfeito.
A lista é esta:
1. Where is my mind – Pixies (Fight Club)
2. Sealed with a kiss – Bobby Vinton (All the Boys Love Mandy Lane)
3. Don´t You (Forget About Me) – Simple Minds (The Breakfast Club)
4. Club Foot – Kasabian (Doomsday)
5. Wake Up - Rage Against the Machine (Matrix)
6. Anyone Else But You – The Moldy Peaches (Juno)
7. Extreme Ways - Moby (Bourne Ultimatum)
8. What a Wonderful World – Joey Ramone (Bowling For Columbine)
9. She – Elvis Costello (Nothing Hill)
10. Save Me – Aimee Mann (Magnolia)
Bonus Track : The Outfield - Your Love
Aqui está a minha escolha, com direito a uma faixa bónus, música que encerraria na perfeição qualquer final, ou ao nosso ouvido, que fecharia o nosso filme.
Lanço agora o desafio a todos aqueles que têm um blogue e gostam de cinema, qual é o vosso cd dos vossos finais? Aguardo resposta em vossas casas.

Ensonado como eu

Ontem, deitado no sofá e preparado para um CSI de boas noites, descubro que o Dead Like Me anda a dar na SIC Mulher. Há muito que perseguia esta série e é num vulgar domingo de sofá, no último canal do meu zapping, que a encontro.
Agora que aqui cheguei, é não perder de vista.

Michael Cuesta

No outro dia lembrei-me de Michael Cuesta, realizador de L.I.E., Twelve and Holding, de alguns episódios de Dexter e de Six Feet Under (no que eu chamo de currículo invejável). Lembrei-me e questionei: que andas tu a fazer? Depois de uma pesquisa relativamente curta, descobri que este senhor realizou o episódio piloto de The Oaks, uma série de fantasia e terror que segue a história de três famílias que viveram na mesma casa (assombrada) durante um peródo de 40 anos. Apesar de ter sofido alguns atrasos e de eu não conseguir encontrar nenhuma informação verdadeiramente sumarenta acerca deste produto parece que é este mês que ele sai cá para fora. Ficamos à espera.

Tantos posters por aí e só deixei entrar este

O nome é altamente sugestivo e melódico, rimando com as excelentes críticas que vão aparecendo um pouco por toda a internet. A história gira em torno de um rapaz vítima de bullying que encontra refúgio na companhia de uma jovem vampira. É uma mistura altamente improvável de temas, que deixa qualquer fã do(s) género(s) bastante curioso. Como é sueco, os americanos já trataram de jogar mãos à obra no típico remake, que, não deixando de ser mais uma cópia desnecessária, parece-me ter sido bem entregue (Matt Reeves).

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Elite Squad

Americanizar é um verbo mágico, que existe e amedronta o mais inocente dos processos. Para os mais cépticos deixo aqui um exemplo divertido, pelo menos para mim: o Tropa de Elite tem um trailer, brasileiro (faz sentido) que retrata perfeitamente o que vamos encontrar na fita (o que também faz sentido). Depois de o ver, deparo-me com o trailer de Elite Squad (só o nome com a pronúncia certa já diz muita coisa) que, para quem não conhece o original, parece o aperitivo para mais um filme do Vin Diesel. Montaram e inverteram todo o sentido da coisa, de forma a ela ficar, como é que eu hei-de dizer, americana.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Old habits


- Bom dia queria a Premiere.
- Ai, essa já deixaram de nos mandar há muito tempo!
- Não deixaram de mandar, foi descontinuada.
- Descontinuada?
- Sim acabou.
- Acabou?
- Sim, parou um ano mas agora está de volta.
- Está de volta?
- Sim saiu hoje.
- Mas como é que sabe?
- Vi na Internet e estou a vê-la agora.
- Ah, pois é, está aqui, sim senhor, que engraçado…


[Já me sentei deliciado no sofá, enquanto o cheiro das folhas trazia à tona o gozo de um velho hábito. Está como sempre a conhecemos, excelente. Bem vinda sejas.]

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Laura Palmer não morreu

Deu logo para sentir que algo estava diferente. A Thelma e a Louise tinham parado o motor e saído do carro. Demorou pouco até às algemas e o cárcere. O velho automóvel ficou ali parado diante do desfiladeiro, íngreme, onde Mufasa conseguiu finalmente subir, foi dar a volta e não apanhou o irmão. Assim como A Noiva não matou o Bill, faltou-lhe a coragem no último instante, segundo em que caiu ensanguentada, lívida, altura também em que Neo percebeu da pior forma que não era o escolhido, ali ficou deitado, enquanto a fé da humanidade se esvaía, reforçada pela morte brutal de uma empregada de mesa, uma tal de Sarah Connor – os jornais engordam a notícia, morta à caçadeira! Por outro lado o detective David Mills guardou a arma e não matou John Doe, faltou um pecado, e a seguir logo outro quando Catherine Tramell arrumou o picador de gelo na gaveta da cozinha. Nunca descruzou as pernas, nem nunca McFly regressou ao futuro. Deixou-se ficar no presente, onde se sentia, irremediavelmente, diferente.