segunda-feira, 30 de junho de 2008
22

Aulas de cinema

Já passa do meio-dia. Lá fora o mercúrio deve estar a rebentar e o bafo quente a secar qualquer fresca flor. Cá dentro o ar é espesso, a luz morta e o professor continua a falar. Do quê perguntam vocês? Não faço a mais pequena ideia, vou apanhando bocados rasgados “excepto para quem faz estudos de cinética” em minutos que vão e vêm “a nossa análise pode ir mais longe que os compostos estáveis”. Como não estou cá decidi vir até aqui apanhar um pouco de ar. “Por outro lado podem-nos levar até outros sítios”, acho que ele está a falar de colóides mas genericamente concordo com ele, levam-me para outros lados: se por acaso assaltassem isto, com metrelhadoras e mau feitio, não sei bem por onde sairía, fazem tanta falta aquelas condutas de ar onde o Bruce Willis tão habilmente se esconde; teria de ser pela janela, um salto único e gigantesco, quebrando o vidro e aterrando um andar e meio depois, no chão, em segurança [até podia deslocar o ombro mas voltava a encaixá-lo como o Mel Gibson]. “Estão ali 999 partes que estão a mais, este é o problema da matriz” diz o meu professor que faz lembrar um conde, sim até podia ser o Doku se tivesse por perto um sabre de luz, ou então gangster americano, já daqueles velhões, imponentes e cavernosos; só espero fazer bem a entrega, senão é a minha família que sofre as consequências. "Nitrato de níquel”, na altura em que sou um rapazola da NASA e ouço atentamente a minha próxima missão, juntamente com os meus quatro colegas de carteira, astronautas. O comandante lá explica a arriscada missão, mudando o fato que visto, militar de momento pois vamos para uma cidade rebentar com tudo, And god bless uma coisa qualquer. Acende-se a luz. Wake up. É hora de ir almoçar, à tarde volta a sessão, aqui na sala de aula, aqui num filme qualquer.
domingo, 29 de junho de 2008
A segunda-feira
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Os nossos criativos vizinhos

Lá vem ela outra vez

terça-feira, 24 de junho de 2008
Do you know what it means when a flag flies upside down?

No...?
Its an international distress signal...
No shit?
No Shit! It means we're in a whole lot of trouble so come save our asses 'cause we ain't got a prayer in hell of saving it ourselves.
It says alot...
Yes, it does...
(Paul Haggis conseguiu com uma simples imagem e com uma mera simbologia descrever toda a história de uma guerra. O melhor filme que vi sobre o Iraque, já em DVD.)
Canções que ganham outro som
São canções inofensivas que encaixadas naquela hora e naquele contexto ganham outra alma. A primeira que aqui escrevo é Time Is on My Side, clássico de Jerry Ragovoy, interpretado posteriormente pelos Rolling Stones. E é esta versão que abre Fallen, um thriller meio sobrenatural (ao jeito de The Mothman Prophecies ) que relata a luta de um polícia contra o que ele julga ser um tenebroso demónio. Este ser salta de pessoa para pessoa, sendo apenas reconhecível pela letra que trauteia maliciosamente Time is on my side, yes it is....E assim uma letra levezita ganha todo um outro significado, todo um outro modo de nos arrepiar a espinha!
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Aperitivos de luxo
Dez vezes mais

Dez vezes mais? Mas agora vão explodir com mais o quê? Será que o próprio cinema vai também pelos ares? Será que existirão alguns diálogos ou serão só calhambeques a rebentarem com esta porra toda?
Prevê-se uma coisa ainda mais espectacularmente oca, bem ao estilo do Sr. Bay. Ao menos a comunidade masculina tem Megan Fox a ver o óleo do carro, outra vez.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Ficção
O problema de não ter tempo é que no meio deste tempo sobra sempre tempo. Há sempre tempo nos interstícios de uma vida ocupada e quanto menos respiramos mais queremos escrever. É mal geral da condição do amante, ou do ser humano se preferirem. O certo é que estou sem tempo e perco tempo a ficcionar sobre nada, antes de arrefecer o comboio na paragem entre a cama e a almofada. É doença que nos salva este desconforto, esta vontade de encher os intervalos. Valha-nos isso.
Já dizia a Tracy Chapman , There is fiction in the space between.
Até amanhã.
F_ _ _ ing escreve-se Fucking

Young People Fucking é a história de 5 casais, de 5 actos sexuais, aos quais acrescento estes pontos, casuais:
- Roger Ebert começa a sua crítica com a seguinte frase Ok, here’s your f***ing review. Bravo.
- Não me lembro de outro filme com Fucking no nome.
- No trailer a parte em que ela diz por vezes sinto que não estás aqui é absolutamente hilariante.
- Estou muito muito curioso, ou melhor estou mesmo em pulgas para saber qual será a tradução portuguesa!Aceitam-se desde já apostas, tendo porém plena consciência que todos os nomes aqui tentados estarão muito longe do brilhantismo ingénuo e parvalhão que só esses mágicos da tradução conseguem ter! O meu nome será: As cambalhotas da juventude.
Are gas prices killing you?

As crises dão para tudo e para todo o lado. A crise energética não é excepção. Com as preços a subirem em flecha (enquanto escrevo este texto a Galp aumentou o preço da gasolina em 1 cêntimo), com as pessoas a perder o juízo e o resto do que engorda a carteira, era de facto uma questão de tempo até alguém ter esta (louca) ideia:
É a crise dos combustíveis no cinema de terror/comédia série B. Vamos esperar que este Blood Car chegue até à nossa bomba num futuro próximo!
(e entretanto a gasolina subiu mais meio cêntimo)
quarta-feira, 18 de junho de 2008
The Incredible Review
"Same old story. Superhero movie give superhero mirror-image antagonist. Like in Spider-Man 3. Idea rubbish in Spider-Man 3. Idea rubbish here. Hulk versus humanity important thing. Cancelled out here. Basic problem ... critic not believe Hulk angry. Hulk just roar. It not look convincing. Not truly seem angry. Critic think about this. Critic decide why. It because Hulk not swear. Hulk just say: "Hulk. Smash" etc. If Hulk shout C-word ... different matter. Then Hulk look angry. Sound angry. Not here. Hulk genteel.
Critic remember Ang Lee version. Ang Lee version slagged off. Yet rubbish new Hulk film make that look like Citizen Kane. Critic exit cinema miffed. Film take away two hours of critic's life. Critic not get time back. Ever. Rarrrrr."
Critic remember Ang Lee version. Ang Lee version slagged off. Yet rubbish new Hulk film make that look like Citizen Kane. Critic exit cinema miffed. Film take away two hours of critic's life. Critic not get time back. Ever. Rarrrrr."
Acaba desta forma a crítica do The Guardian ao "novo" The Incredible Hulk. Concorde-se ou não com a opinião (pontuação: 1 estrela), o resultado é no mínimo uma forma original de esmagar um filme com uma poderosíssima crítica. Uma lição para os críticos de cinema do Público (se ainda existirem) de que é possível dar a pontuação mínima a um filme sem escrever um texto abjecto e sem salpicar bílis por todos os lados.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
sábado, 14 de junho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Quintas do terror
A quinta-feira é a nova noite do medo. Ou pelo menos vai tentar ser. Isto porque na passada quinta-feira, dia 5, estreou Fear Itself, uma espécie de actualização de Masters of Horror, com os melhores no género a sentarem-se atrás das câmaras e a dirigir um leque vasto de actores secundários, alguns da eterna série B como Eric Roberts, durante 13 capítulos autónomos e singulares. O primeiro episódio (The Sacrifice), apesar de não surpreender, deu-me 40 minutos de um terror sólido, enérgico e bem construído. O que me faz ter fé no segundo susto, transmitido ontem, e numa família de possíveis noites sem dormir.
terça-feira, 10 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
A religião do futebol

quinta-feira, 5 de junho de 2008
Parapapapapapapapapa

O que tem Stuck?

Tem Mena Suvari e Stephen Rea à frente das mesmas.
Tem um história que tem tanto de comum como de bizarro.
Tem tido óptimas críticas.
Tem um trailer com música dos Muse.
e, por estas e por outras,
Tem aqui um espectador ansioso.
O que é que foi que ele disse?

Aqui, não vão ser necessárias tendências ou inclinações para nos ser contado o ridículo, basta o senhor Oliver Stone contar a história.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Lorenzo Odone 1978-2008

Uma daquelas obras sublimes, retrato de uma história que merece para sempre ser recordada.
terça-feira, 3 de junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
Até 2009

Olhando para trás, tenho a noção de que todas as tentativas e experiências feitas nas três temporadas anteriores, todos os momentos falhados e personagens sem sal, serviram para apurar um produto agora muito perto da perfeição. Andaram ali à procura, percebendo o que funciona e o que pode ser deixado para trás, descobriram o que realmente queríamos e deram-nos então a 4ª série de Lost, a melhor até ao momento.
Cheia de ritmo e com um novo mecanismo narrativo (o flashforward) conta uma história dentro da história, começa com o objectivo de nos mostrar como os Oceanic 6 sairam da ilha e é isso que a conclusão nos dá, fechando assim os 14 episódios num problema resolvido, quase autónomo, e com momentos absolutamente fantásticos (aqui está uma lista dos 15 melhores estando a liderar o telefonema do Desmond, sem dúvida um dos meus favoritos). Nunca Lost foi tão eficaz e cativante, elevando contantemente a parada e mudando as regras do jogo. E é por isso que é uma das melhores séries de televisão dos últimos anos (talvez de sempre), porque tem a coragem de arriscar, de renovar e de nos dar um final como o de quinta-feira, que nos dá uma certeza para a quinta temporada: que não temos certeza nenhuma do que aí vem.
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