segunda-feira, 30 de junho de 2008
22
Se todos os trailers tivessem um diálogo com a Judi Dench, todos os inícios um discurso do Tom Wilkinson e todos os filmes narração do Morgan Freeman, o mundo seria um local bem melhor. Isto a propósito do novo filme de Marc Forster, o novo Bond, Quantum of Solace , que tem aqui, a seguir a Dark Night, o melhor trailer de 2008 até ao momento.
Aulas de cinema
Já passa do meio-dia. Lá fora o mercúrio deve estar a rebentar e o bafo quente a secar qualquer fresca flor. Cá dentro o ar é espesso, a luz morta e o professor continua a falar. Do quê perguntam vocês? Não faço a mais pequena ideia, vou apanhando bocados rasgados “excepto para quem faz estudos de cinética” em minutos que vão e vêm “a nossa análise pode ir mais longe que os compostos estáveis”. Como não estou cá decidi vir até aqui apanhar um pouco de ar. “Por outro lado podem-nos levar até outros sítios”, acho que ele está a falar de colóides mas genericamente concordo com ele, levam-me para outros lados: se por acaso assaltassem isto, com metrelhadoras e mau feitio, não sei bem por onde sairía, fazem tanta falta aquelas condutas de ar onde o Bruce Willis tão habilmente se esconde; teria de ser pela janela, um salto único e gigantesco, quebrando o vidro e aterrando um andar e meio depois, no chão, em segurança [até podia deslocar o ombro mas voltava a encaixá-lo como o Mel Gibson]. “Estão ali 999 partes que estão a mais, este é o problema da matriz” diz o meu professor que faz lembrar um conde, sim até podia ser o Doku se tivesse por perto um sabre de luz, ou então gangster americano, já daqueles velhões, imponentes e cavernosos; só espero fazer bem a entrega, senão é a minha família que sofre as consequências. "Nitrato de níquel”, na altura em que sou um rapazola da NASA e ouço atentamente a minha próxima missão, juntamente com os meus quatro colegas de carteira, astronautas. O comandante lá explica a arriscada missão, mudando o fato que visto, militar de momento pois vamos para uma cidade rebentar com tudo, And god bless uma coisa qualquer. Acende-se a luz. Wake up. É hora de ir almoçar, à tarde volta a sessão, aqui na sala de aula, aqui num filme qualquer.
domingo, 29 de junho de 2008
A segunda-feira
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Os nossos criativos vizinhos
Foi há pouco tempo que dei de caras com este Los Cronocrimenes, vencedor do melhor filme no Fantastic Fest o ano passado e detentor de um universo que eu tanto aprecio. A sinopse assenta na viagem de um homem 1 hora atrás no tempo e numa série de eventos que essa deslocação irá provocar. Aplaudido por muitos, considerado complexo e genial, estreia já esta sexta-feira em Espanha e esperemos que por cá tenha direito às salas de cinema. Por enquanto temos o excelente site oficial, o enigmático trailer, Cronenberg já interessado num remake e uma curta cinco estrelas de Nacho Vigalongo, com a qual eu me despeço.
Lá vem ela outra vez
Não gosto de me repetir. Tenho uma espécie de código pessoal que não me deixa escrever duas vezes sobre o mesmo fenómeno, sobre o mesmo filme, sobre a mesma maneira de nos contar uma conversa. Mas a excepção sempre foi boa companheira e neste caso, excepcional, vou ter de me juntar a ela, trazendo de novo a esta casa a menina Mandy Lane. Quando pensava que The Spirit tinha os melhores posters femininos, o topo dos rostos delicados, sedutores e endiabrados, eis que surge a rapariga por quem todos os rapazes morrem (não só de amores), com a face suja e o olhar cristalino, com um traço fino que deixa de grosso modo toda a competição para trás.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Do you know what it means when a flag flies upside down?
No...?
Its an international distress signal...
No shit?
No Shit! It means we're in a whole lot of trouble so come save our asses 'cause we ain't got a prayer in hell of saving it ourselves.
It says alot...
Yes, it does...
(Paul Haggis conseguiu com uma simples imagem e com uma mera simbologia descrever toda a história de uma guerra. O melhor filme que vi sobre o Iraque, já em DVD.)
Canções que ganham outro som
São canções inofensivas que encaixadas naquela hora e naquele contexto ganham outra alma. A primeira que aqui escrevo é Time Is on My Side, clássico de Jerry Ragovoy, interpretado posteriormente pelos Rolling Stones. E é esta versão que abre Fallen, um thriller meio sobrenatural (ao jeito de The Mothman Prophecies ) que relata a luta de um polícia contra o que ele julga ser um tenebroso demónio. Este ser salta de pessoa para pessoa, sendo apenas reconhecível pela letra que trauteia maliciosamente Time is on my side, yes it is....E assim uma letra levezita ganha todo um outro significado, todo um outro modo de nos arrepiar a espinha!
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Aperitivos de luxo
Dez vezes mais
A mulher mais sexy do ano pela FHM, em entrevista à MTV disse o seguinte a respeito da sequela de Transformers: As big as the first movie was, this is 10 times as big, 10 times as many set pieces, explosions, and acrobatic stunts.
Dez vezes mais? Mas agora vão explodir com mais o quê? Será que o próprio cinema vai também pelos ares? Será que existirão alguns diálogos ou serão só calhambeques a rebentarem com esta porra toda?
Prevê-se uma coisa ainda mais espectacularmente oca, bem ao estilo do Sr. Bay. Ao menos a comunidade masculina tem Megan Fox a ver o óleo do carro, outra vez.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Ficção
O problema de não ter tempo é que no meio deste tempo sobra sempre tempo. Há sempre tempo nos interstícios de uma vida ocupada e quanto menos respiramos mais queremos escrever. É mal geral da condição do amante, ou do ser humano se preferirem. O certo é que estou sem tempo e perco tempo a ficcionar sobre nada, antes de arrefecer o comboio na paragem entre a cama e a almofada. É doença que nos salva este desconforto, esta vontade de encher os intervalos. Valha-nos isso.
Já dizia a Tracy Chapman , There is fiction in the space between.
Até amanhã.
F_ _ _ ing escreve-se Fucking
Young People Fucking é a história de 5 casais, de 5 actos sexuais, aos quais acrescento estes pontos, casuais:
- Roger Ebert começa a sua crítica com a seguinte frase Ok, here’s your f***ing review. Bravo.
- Não me lembro de outro filme com Fucking no nome.
- No trailer a parte em que ela diz por vezes sinto que não estás aqui é absolutamente hilariante.
- Estou muito muito curioso, ou melhor estou mesmo em pulgas para saber qual será a tradução portuguesa!Aceitam-se desde já apostas, tendo porém plena consciência que todos os nomes aqui tentados estarão muito longe do brilhantismo ingénuo e parvalhão que só esses mágicos da tradução conseguem ter! O meu nome será: As cambalhotas da juventude.
Are gas prices killing you?
As crises dão para tudo e para todo o lado. A crise energética não é excepção. Com as preços a subirem em flecha (enquanto escrevo este texto a Galp aumentou o preço da gasolina em 1 cêntimo), com as pessoas a perder o juízo e o resto do que engorda a carteira, era de facto uma questão de tempo até alguém ter esta (louca) ideia:
É a crise dos combustíveis no cinema de terror/comédia série B. Vamos esperar que este Blood Car chegue até à nossa bomba num futuro próximo!
(e entretanto a gasolina subiu mais meio cêntimo)
quarta-feira, 18 de junho de 2008
The Incredible Review
"Same old story. Superhero movie give superhero mirror-image antagonist. Like in Spider-Man 3. Idea rubbish in Spider-Man 3. Idea rubbish here. Hulk versus humanity important thing. Cancelled out here. Basic problem ... critic not believe Hulk angry. Hulk just roar. It not look convincing. Not truly seem angry. Critic think about this. Critic decide why. It because Hulk not swear. Hulk just say: "Hulk. Smash" etc. If Hulk shout C-word ... different matter. Then Hulk look angry. Sound angry. Not here. Hulk genteel.
Critic remember Ang Lee version. Ang Lee version slagged off. Yet rubbish new Hulk film make that look like Citizen Kane. Critic exit cinema miffed. Film take away two hours of critic's life. Critic not get time back. Ever. Rarrrrr."
Critic remember Ang Lee version. Ang Lee version slagged off. Yet rubbish new Hulk film make that look like Citizen Kane. Critic exit cinema miffed. Film take away two hours of critic's life. Critic not get time back. Ever. Rarrrrr."
Acaba desta forma a crítica do The Guardian ao "novo" The Incredible Hulk. Concorde-se ou não com a opinião (pontuação: 1 estrela), o resultado é no mínimo uma forma original de esmagar um filme com uma poderosíssima crítica. Uma lição para os críticos de cinema do Público (se ainda existirem) de que é possível dar a pontuação mínima a um filme sem escrever um texto abjecto e sem salpicar bílis por todos os lados.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
sábado, 14 de junho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Quintas do terror
A quinta-feira é a nova noite do medo. Ou pelo menos vai tentar ser. Isto porque na passada quinta-feira, dia 5, estreou Fear Itself, uma espécie de actualização de Masters of Horror, com os melhores no género a sentarem-se atrás das câmaras e a dirigir um leque vasto de actores secundários, alguns da eterna série B como Eric Roberts, durante 13 capítulos autónomos e singulares. O primeiro episódio (The Sacrifice), apesar de não surpreender, deu-me 40 minutos de um terror sólido, enérgico e bem construído. O que me faz ter fé no segundo susto, transmitido ontem, e numa família de possíveis noites sem dormir.
terça-feira, 10 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
A religião do futebol
Olhando para a parede de trailers que se compõe nesta segunda-feira mortiça, são mais uma vez os documentários que me chamam a atenção. O primeiro não podia estar mais adequado aos tempos que se vivem, de febre e de bola (é o Euro, é o Euro!). Chama-se Kicking it e relata a Homeless World Cup, uma competição entre os sem-abrigo, novos atletas em busca de um sonho ou de apenas uma nova chance na vida. O segundo descreve o estado da religião e o ridículo a que por vezes a mesma se presta. Religulous, o novo filme de Larry Charles, promete levantar poeira controversa e chatear muito bom crente. A curiosidade mora aqui.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Parapapapapapapapapa
Já por cá recebeu o prémio de Melhor Filme no Festival Hola Lisboa mas a estreia definitiva ainda não está agendada. Até lá é inevitável não tropeçar neste Morro do Dendê, que faz parte da sua banda sonora e, ou eu muito me engano, vai ser a música deste Verão.
O que tem Stuck?
Tem Stuart Gordon atrás das câmaras.
Tem Mena Suvari e Stephen Rea à frente das mesmas.
Tem um história que tem tanto de comum como de bizarro.
Tem tido óptimas críticas.
Tem um trailer com música dos Muse.
e, por estas e por outras,
Tem aqui um espectador ansioso.
O que é que foi que ele disse?
Reunir as melhores frases do presidente e embrulhá-las em forma de poster, é por si só uma cartada bastante original. Por outro lado tem também grande utilidade pois adquirimos um compêndio das melhores idiotices, podemos até escolher a nossa favorita ou pendurar o cartaz no quarto. Por fim mostra que a realidade em si é já ficção e todos os dias a improbabilidade leva-nos a perguntar como é que é possível?
Aqui, não vão ser necessárias tendências ou inclinações para nos ser contado o ridículo, basta o senhor Oliver Stone contar a história.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Lorenzo Odone 1978-2008
Lembro-me de ver este filme no cinema. Lembro-me da força do retrato e da batalha de uns pais que se recusaram a aceitar o destino da doença. Lembro-me da ficção... até hoje me voltar a lembrar da realidade. Lorenzo Odone foi o menino que deu nome ao "óleo de Lorenzo", uma preparação que os seus pais inventaram para tentar salvá-lo quando, aos seis anos, lhe foi diagnosticada uma doença genética terrível, rara e mortal em dois anos. Morreu a 30 de Maio; tinha acabado de fazer 30 anos.
Uma daquelas obras sublimes, retrato de uma história que merece para sempre ser recordada.
Uma daquelas obras sublimes, retrato de uma história que merece para sempre ser recordada.
terça-feira, 3 de junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
Até 2009
Olhando para trás, tenho a noção de que todas as tentativas e experiências feitas nas três temporadas anteriores, todos os momentos falhados e personagens sem sal, serviram para apurar um produto agora muito perto da perfeição. Andaram ali à procura, percebendo o que funciona e o que pode ser deixado para trás, descobriram o que realmente queríamos e deram-nos então a 4ª série de Lost, a melhor até ao momento.
Cheia de ritmo e com um novo mecanismo narrativo (o flashforward) conta uma história dentro da história, começa com o objectivo de nos mostrar como os Oceanic 6 sairam da ilha e é isso que a conclusão nos dá, fechando assim os 14 episódios num problema resolvido, quase autónomo, e com momentos absolutamente fantásticos (aqui está uma lista dos 15 melhores estando a liderar o telefonema do Desmond, sem dúvida um dos meus favoritos). Nunca Lost foi tão eficaz e cativante, elevando contantemente a parada e mudando as regras do jogo. E é por isso que é uma das melhores séries de televisão dos últimos anos (talvez de sempre), porque tem a coragem de arriscar, de renovar e de nos dar um final como o de quinta-feira, que nos dá uma certeza para a quinta temporada: que não temos certeza nenhuma do que aí vem.
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