Não sou particular fã da cerimónia. Ainda menos da importância, exagerada mas manifestamente marcante, atribuída ao galardão. Não obstante, é inegável o peso do carimbo que a marca Oscar imprime num filme vencedor. Tempos houve em que vencer um Oscar estava para a qualidade do filme como as críticas de muitos dos jornalistas do Público. Ainda assim, e deixando de lado o enormíssimo empurrão comercial que o Oscar proporciona, há um preconceito positivo que acompanha a antevisão do filme vencedor (ou, numa diferente escala, do filme largamente nomeado). A expectativa em relação à qualidade aumenta sobremaneira. Se, por um lado, são as mais ou menos surpreendentes nomeações como as do Juno que dão uma visibilidade extra a filmes de "baixo" orçamento e cuja máquina publicitária menos oleada não seria capaz de alcançar per se, não é menos verdade que as sobrenomeações acarretam um peso devido aos julgamentos que o público inevitavelmente fará a priori.
A expectativa criada crescerá exponencialmente no caso do filme vencedor, que as salas de cinema tratarão de repôr, ao mesmo tempo que destacam largamente (e compreensivelmente, afinal it's all about the money) o número de estatuetas (andava a fugir ao termo) logradas. Eu preferia entrar numa sala sem saber que estou prestes a ver o melhor filme do ano para as gentes da Academia de Hollywood, que ganhou o prémio nas principais categorias, que é unanimemente aclamado. Ainda não subestimo a minha inteligência a ponto de me tornar incapaz de formar opinião própria, mas o juízo, o preconceito e a expectativa estão lá, o que branqueará o arrebatamento ou exponenciará a desilusão, consoante o caso.
A expectativa criada crescerá exponencialmente no caso do filme vencedor, que as salas de cinema tratarão de repôr, ao mesmo tempo que destacam largamente (e compreensivelmente, afinal it's all about the money) o número de estatuetas (andava a fugir ao termo) logradas. Eu preferia entrar numa sala sem saber que estou prestes a ver o melhor filme do ano para as gentes da Academia de Hollywood, que ganhou o prémio nas principais categorias, que é unanimemente aclamado. Ainda não subestimo a minha inteligência a ponto de me tornar incapaz de formar opinião própria, mas o juízo, o preconceito e a expectativa estão lá, o que branqueará o arrebatamento ou exponenciará a desilusão, consoante o caso.
Apesar de, em caso de reposição, tudo isto ser perfeitamente normal e aceitável, é mais difícil de evitar quando a estreia do filme é posterior ao prémio (sim, já sei, pirataria). E mesmo não sendo por enquanto o meu palpite para melhor filme, há uma questão que me ocorre neste momento (são estranhas, as noites insones):
Que complexo processo mental leva a que o No Country for Old Men só estreie em Portugal imediatamente depois dos Óscares?
3 comentários:
Mas já aí está o Asterix há muito tempo! São mais ou menos a mesma coisa...
"Que complexo processo mental leva a que o No Country for Old Men só estreie em Portugal imediatamente depois dos Óscares?"
Deve ser o mesmo processo mental que coloca o There Will be Blood em apenas 2 ou 3 salas!
Como diz o Criswell, depois venham queixar-se da pirataria!!!!
Pois, o raciocínio deve ser parecido, deve.
Não que isso seja bom, mas ao menos o There Will Be Blood ainda está em Coimbra e no Porto, já o Into the Wild não chegou a sair de Lisboa.
Infelizmente é recorrrente esta situação. É ridículo e uma discussão que dava para muitos posts e blogues e livros e filmes.
[Suspiro de incompreensão]
Abraço.
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