Assim como se divide em três narrativas distintas, este The Nines dividiu também o que eu ia sentindo ao longo do seu visionamento. Começa lento, com dificuldade em agarrar o espectador, demorando quase 20 minutos a lançar o mistério base da história, ou histórias. Quase sonolento agarrou-me de seguida num desenrolar estranho, recheado de sinais que vamos apanhando, tentando desesperadamente montar o puzzle antes do fim. Rendido sem dúvida levo com uma resolução frouxa e mal explicada, balde de água fria para um tamanho potencial.
Juntando tudo em poucas frases, são-nos apresentadas três histórias distintas, unidas por Ryan Reynolds e pelo mesmo leque de secundários. São três filmes diferentes, com as mesmas pessoas: um actor em prisão domiciliária, um argumentista com problemas de consciência e um pai de família perdido no meio de nenhures. Todos eles sentem que algo de errado se passa, estranhas vozes lhes dizem Look for the nines, Look for the nines. A premissa é óptima e a ordem e forma dos contos é a ideal, lançando pequenas luzes que se vão enrolando e destapando um pouco a solução do problema, construído num mundo de televisão, de computador, de écrans e pixeis. Mas, uma boa ideia não faz um bom filme, e John August (argumentista de algumas maravilhas Burtonianas) não soube conduzir o filme pelo caminho certo e perdeu-se num final confuso. Fica a pairar a desilusão. Queria muito ter encontrado os noves, mas não consegui. Podia estar aqui um daqueles óptimos objectos de culto, mas não está.
(+)O argumento.
(-)A resolução trapalhona que nos deixa francamente desiludidos.
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