quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Juno


O nome próprio não engana ninguém. Primeiro porque é invulgar, Juno, segundo porque é curto, Juno, e terceiro porque é de uma pessoa, Juno. Diferente, pequeno e singular.

Juno inaugura a festa com uma belíssima canção, um passeio a pé e um grupo de corredores passa. Instantaneamente entramos no problema da jovem adolescente e da sua gravidez precoce. Conhecemos as restantes personagens, o pai, a madrasta, a melhor amiga, o rapaz que a engravidou e o casal que vai ficar com a sua criança. Mas, e apesar de todo o elenco estar realmente muito bem (até a Jennifer Garner!), falar desta comédia é apenas elogiar até à exaustão a majestosa interpretação de Ellen Page. O problema é dela e o filme também. Veste de tal forma a personagem, tem rasgos tão verdadeiros, que pensamos mesmo estar a ver ali uma vida, nutrimos reais sentimentos, bons ou maus, por aquela miuda. Bebemos realmente do mundo dela, quase que o conseguimos ver e cheirar, um mundo que se resume na resposta genial que ela dá quando o pai lhe pergunta o que esteve a fazer: estive a lidar com situações muito acima do meu nível de maturidade. Das melhores interpretações femininas do ano (arrisco-me a dizer a melhor), um papel que parece simples mas é duma complexidade elevedassíma pois o foco de luz está sempre nela, não divide o palco com mais ninguém, carrega toda uma história através dos seus sorrisos, lágrimas, piadas e seu enorme barrigão.
Uma comédia fantástica em todos os aspectos que podia ter ido por centenas de caminhos mas conseguiu escolher o certo, fugir a todos os clichés, a todos os estereótipos, e presentear-nos com final no mínimo inspirador. Um dos melhores filmes de 2007.

E um grupo de corredores passa.

(+) Todos os minutos em que aparece Ellen Page, ou seja, todo o filme.
(-) Ellen Page não ganhar o óscar.

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