É dificil definir os filmes para crianças e dividi-los em diferentes categorias. São muitos e entrelaçam-se: uns são mesmo só para crianças, outros são para toda a família mas no fundo são mesmo só para crianças também, outros são para crianças mas mais velhas, ou os mais velhos também gostaram, desde a inteligência escondida em bonecos fofinhos até à piada fácil escondida por vezes em actores que já tinham idade para ter juízo, há de tudo um pouco. E assim nunca se sabe o que vem aí, levo os putos ou não? Será vergonha entrar na sala, um moço do meu tamanho?
Tudo porque vi há pouco tempo o Ponte para Terabítia e vi ali muito mais que Crónicas de Nárnia, Eragons e afins. Muito mais que meros efeitos e crianças de plástico embebidas em lições de moral chatas e repetitivas, flagrantes e aborrecidas. Tem a beleza de todo outro reino mas a ambiguidade e a inteligência do lado de cá. Tudo se resume a um curso de água que divide a realidade, dura e por vezes amarga, e Terabítia um mundo criado por duas crianças, um refúgio do primeiro, alimentado por sonhos e fantasias e vivido com uma intensidade e liberdade impossiveis de alcançar em qualquer outro lugar. Desde a imaginação até à representação tudo leva nota máxima: os meninos actores são muito bons, a par com os efeitos e toda a história no geral. É pena produtos como este passarem anónimos no meio de tanta fita vulgar e sensaborona....
Resta dizer que o trailer engana por completo o espectador, engana as crianças, que pensam que o filme será só para elas, quando no fim estamos perante um produto completamente diferente.
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