O segundo trailer de Australia está aí e se por um lado não podemos escapar à história de amor épica e maior que uma vida, não podemos também negar que é a história de amor épica e maior que uma vida com melhor aspecto dos últimos anos. As imagens falam por si.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
A tiny street art project
Não, não são os restos de um encontro imediato de terceiro grau, nem a devastação de um mundo sem seres humanos. E, embora pareça depois de um confronto com tal abelha, também não se trata de terem encolhido os miúdos. Estamos sim perante Little People, um conceito diferente de arte e uma ideia original de exposição, onde as peças são espalhadas pela cidade à espera que o transeunte as encontre, e de preferência que não as pise!
In Bruges
Para quem nunca lá foi (como eu) é um passeio turístico de encher o olho. Para quem gosta de cinema (como eu) é um sumarento conto negro de assassinos. Para quem não depositava fé alguma em Colin Farrell (como eu) é a chamada bofetada de luva branca. Para todos os outros, é paragem obrigatória do roteiro cinematográfico deste ano.
In Bruges conta a história de dois amigos, assassinos profissionais, que são enviados numas aparentes férias para a pequena cidade belga. Não havia pior destino, queixa-se Farrell (I didn't even know where Bruges fucking was!) perante uma pacatez que o consome e o descentraliza da sua realidade fria e sanguinária. Esta dupla vê-se então obrigada a trocar as armas pelos guias turísticos e a entrar na normalidade de um sossego que afinal não é o que parece.
A aparente moleza da narrativa (que pode ser apontada por alguns como o defeito primário desta obra) é preenchida por diálogos sensacionais e demonstra que apenas com três peças se constrói um óptimo argumento. Trio este que abraça descontraidamente este pequeno projecto e nos dá interpretações que têm tanto de negras e frias, como de frustradas e divertidas: Farrell, naquele que para mim é o seu melhor papel de sempre, empresta o corpo a um mauzão perseguido pelo passado, tanto esmurra como chora, num sossegado purgatório que não o deixa passar despercebido; Brendan Gleeson, eterno secundário de luxo, contrapõe a inexperiência do primeiro na sabedoria de uma vida mais longa e de um afecto paternal e protector; por fim, Ralph Fiennes, em mais um boneco calculista e assustador, que traz o fim do sonho e o regresso ao real. Do outro lado temos a dama que se junta a estes ases, a belíssima Clémence Poésy, interesse amoroso de Farrell que ilumina todos os recantos mais escuros dos acontecimentos. Ah e depois há um anão, mas isso vou deixar para vocês descobrirem...
O enredo simples monta-se de forma inteligente até ao duelo final, altura em que os pecados de uns são cruzes de outros e sem muito mais para provar o filme acaba.
Está aqui uma comédia negra que junta personagens cheias de vida, de dilemas e problemas, a um argumento muito bem escrito, com momentos que nos fazem rir com vontade, e acreditar em algo simples como uma pequena e bonita cidade. E isso, nos dias que correm, não é nada fácil.
(+) Colin Farrel está francamente muito bem.
(-) Pouca visibilidade num mercado cheio de tubarões.
Curiosidade:
- A palavra Fuck e seus derivados são ditos 126 vezes nos 107 minutos de filme, dando uma média de 1,18 Fucks por minuto.
- A palavra Fuck e seus derivados são ditos 126 vezes nos 107 minutos de filme, dando uma média de 1,18 Fucks por minuto.
The Air I Breathe
The Air I Breathe é a prova de que não basta ter um bonito tabuleiro de xadrez com figuras de marfim. É preciso saber jogar o jogo. E Jieho Lee não soube.
Este mosaico de histórias é um sem número de passos em falso e escolhas erradas. A começar pelo tempo dado a cada um dos intervenientes, colocar Brendan Fraser e Sarah Michelle Gellar com o maior tempo de antena, atirando para segundo plano Kevin Bacon e Forest Whitaker, parece-me uma decisão de quem não conhece o cinema americano dos últimos 10 anos, e então colocá-los juntos parece-me uma decisão de quem não conhece o cinema de todo. É um casal de protagonistas fraquíssimo, com pouco ou nenhum carisma, e que enche por completo mais de metade do filme, obrigando-nos a engolir minutos pesados de aborrecimento.
O que realmente queríamos ver acaba depressa e está mal explorado, fica quase sem interesse e sentimos inúmeros talentos ali desperdiçados (como Julie Delpy e Emile Hirsch), como de visita a um sítio que nem eles percebem. Um local onde realmente falta adesão e coerência para poder ser lido como um todo, para nos transmitir algo mais que imagens - e o filme bem tenta escrever mensagens, baseadas num antigo proverbio chinês, mensagens sobre a alegria, o amor, o arrependimento e o prazer. Estes sentimentos, títulos de cada capítulo, não se conseguem expressar na narrativa contada [poucas vezes a história tem real sentido] e todas as acções causa-efeito, transições de uns degraus para os outros, parecem forçadas e pouco casuais. Falta a fluidez do dia corrido.
No fim não restam dúvidas: faltou habilidade para construir um bom filme. Fica para a próxima.
(+) Qualquer pretexto é bom para ver o senhor Kevin Bacon.
(-) Todo o desperdício de talento.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Bad Things
Em breve falarei do regresso de todas as séries que acompanho e daquelas que irei acompanhar. Do novo e do velho. Do melhor e do pior. Meia dúzia de linhas que exprimem bem as ideias e que guardo em banho-maria até todas as estreias estarem concluídas (a 9 de de Outubro já devemos ter todos os motores a trabalhar). Por enquanto deixo-vos com Bad Things de Jace Everett, naquele que é o melhor genérico de abertura desde Dexter. E isto é uma certeza.
Nunca viste?
O primeiro episódio da quarta temporada de How I Met Your Mother aborda uma temática importante, um problema que assola muitos pares apaixonados de pipoqueiros e cinéfilos, uma questão que pode chocar o outro quando a resposta é negativa. Falo de quando o outro nunca viu um dos nossos filmes favoritos. Nunca viste o Guerra da Estrelas? Pergunta Ted à sua cara metade. Nunca viste o Indiana Jones? Já perguntei eu à minha. Realmente, constatar que ela nunca viu alguns dos clássicos da minha vida, passa por ser um enorme choque. Quase crime. Muitas interrogações de como é possível, seguidas de muitas injurias da parte dela, acho que não gosto muito desse Jones…Desse Jones??Mas estamos a falar ali do Zé da barbearia ou quê?[Uma amiga minha um dia disse que não gostava da Guerra da Estrelas porque andava lá um homem horroroso vestido de negro]. Segue-se então a tentativa de conversão, olha o que eu trouxe para vermos! Sorri (que remédio) e lá começamos a ver. Constantemente a minha cabeça vira para ver como está a reagir, cena a cena. Olha agora, olha agora! Mas não foi preciso virar muitas vezes pois aos 20 minutos já ela estava a dormir. Lá fiquei eu, puto pequeno, deliciado nas voltas de mais um Templo Perdido.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
A Bond Canção
A questão aqui não é se a comunidade masculina prefere uma Bond Girl ou outra. [Até porque o grau de dificuldade desta pergunta é idêntico ao daquela que nos faziam em criança: gostas mais do papá ou da mamã? Não dá para responder.] A interrogação que eu levanto é se este Another Way To Die é o melhor tema de abertura desde GoldenEye? Eu acho que sim. Só tenho pena que a menina Alicia Keys não tenha dado uma perninha atrás das câmaras, é que pelo que vimos em Smokin' Aces as armas ficam-lhe a matar.
Então não é que
depois de um zapping tardio, concluo (com alguma tristeza) que já fui três vezes ao cinema* ver o Van Damme.
*há muito muito tempo atrás, mas mesmo assim não há perdão, eu sei.
*há muito muito tempo atrás, mas mesmo assim não há perdão, eu sei.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Theodore
Prison Break é sem dúvida um produto gasto, que depois de uma primeira série genial desceu em direcção a um universo seco de ideias, sem sentido nem rumo. Mas, apesar desta confissão, Robert Knepper, com o seu T-Bag, continua a ser um pecado impossível de rejeitar. E em breve será transportado para o grande écran no terceiro capítulo da saga Jason Statham dá porrada em toda a gente mas a malta diverte-se como o caraças!
História de um poster
That was an extreme case, that John Carpenter remake. They called me on the phone and said, "We're re-doing The Thing. It's the same story as the first movie, more or less. So send us a drawing." I didn't see anything on the movie. I didn't read the script, I didn't see the stills, I had nothing to go on. So that one was more generic than anything else out of necessity. It took one day and one night to do the whole project.
(Todas as outras histórias do senhor Drew Struzan aqui. Vale a pena.)
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Embate
Não existem dúvidas que este é um verdadeiro choque de titãs, um duelo entre o melhor de duas gerações distintas. Meryl Streep, senhora que não sabe estar mal, e Philip Seymour Hoffman, o meu actor favorito na actualidade, dão vida à história de uma freira que, num colégio paroquial em 1964, acusa um padre de abusar sexualmente de um estudante negro. John Patrick Shanley escreveu a peça, vencedora do Pulitzer em 2005, escreveu o argumento e realizou este filme que tem estreia marcada para 12 de Dezembro.
Conflitos
Seems to me the basic conflict between men and women, sexually, is that men are like firemen. To men, sex is an emergency, and no matter what we're doing we can be ready in two minutes. Women, on the other hand, are like fire. They're very exciting, but the conditions have to be exactly right for it to occur.
Jerry Seinfeld
Alba comigo
Foi com o objectivo de levar os mais jovens às urnas que Jessica Alba se deixou fotografar nestes preparos. A campanha é do grupo Declare Yourself e o resto da galeria, com inúmeras caras conhecidas e (obrigatoriamente) caladas, está aqui.
Lugar comum
Antes de os ver, queria acreditar que Shyamalan voltaria em boa forma e que Chris Carter faria deste novo tomo um acontecimento. O que sucedeu não foi nem uma coisa nem outra e estes dois filmes têm em comum as arestas do amor e da desilusão:
- Se um foi um produto televisivo fortíssimo, talvez o meu último grande ritual de sofá, o outro era carimbo de qualidade, certificado de suspense e terror, reinventando as histórias e ambientes com um forte toque pessoal que nos fazia ansiar pela próxima obra;
- Ambos tinham um antecessor que desiludiu muita gente e a expectativa para uma redenção gloriosa era altíssima. Gostei de ambos, mas reconheço na cegueira apaixonada os inúmeros, e valentes, pontos fracos;
- Tanto um como o outro têm um início arrebatador. Desde o plano aberto do gelo até aos bancos do jardim tudo é incrivelmente bem construído;
- Depois do começo, exprime-se um evento onde se espera constantemente mais, queremos sucessivamente mudar a câmara de sítio e ver outras coisas, aquilo que realmente nos fascina e amedronta. Ficamos neste impasse e caem os créditos finais;
- Ainda fiquei a pensar depois de tudo se ter apagado. A desilusão é um semblante tão carregado que chego a pensar que foi usada como estratégia. Há tanto cinema que simplesmente não foi manejado, sabe a tão pouco que acho que era mesmo um pouco intencional. Vejamos, o ficheiro secreto escolhido pouco ou nada tem de sobrenatural e, com excepção da excelente personagem do padre pedófilo, fica muitos pontos abaixo de qualquer episódio das séries iniciais; do outro lado temos um casal de protagonistas (Wahlberg e Deschanel) tão mau, mas tão mau, que passa para o campo do inacreditável, existindo aqueles momentos em pensamos mesmo que aquela entoação foi propositada.
Ficamos a contas com dois objectos pequenos, que guardamos com carinho num sítio incerto, num sítio que nem nós próprios entendemos.
A outra segunda-feira
Sempre foi um dia difícil, especialmente pastoso quando estamos precisamente em cima dele. Acordei cansado, ensonado e mal amado. Não é a festa que os Bangles fazem, não é só mais uma segunda-feira, é uma carruagem que vem atrelada a outras quatro, e que devagar elas andam. Mas, depois de sentado e preparado, leio a notícia que a Premiere vai voltar às bancas, que vou voltar a folhear cinema, que vou voltar a ir à papelaria e apontar para a Angelina Jolie. É a melhor notícia cinematográfica dos últimos tempos. Sinto-me agora como os velhotes do Cocoon depois do seu mergulho na piscina, novo e fresco que nem uma alface à espera daquele velho e saudoso cheiro a papel.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Os puritanos
Ao que parece a MPAA não autorizou este poster de Zack and Miri Make a Porno, a mais recente comédia de Kevin Smith. Sendo assim apenas os canadianos vão ter direito a ver este atentado ao pudor, esta pouca vergonha, este amontoado de corpos nus e objectos fálicos!O trailer esse, passou à censura e chegou aqui.
Q de Qualidade e G de Van Sant
Gus Van Sant atrás das câmaras. Sean Penn à frente das mesmas. É difícil pensar num batido melhor para beber por alturas do Natal. O filme (que encabeça a lista dos prioritários aqui no blogue) conta a história de Harvey Milk (1930-1978), activista e político, que foi um dos primeiros homossexuais assumidos a ser eleito a um cargo público nos Estados Unidos. O trailer apareceu hoje e a espera é agora, oficialmente, mais penosa.
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