quinta-feira, 28 de abril de 2016

Este poster é um bocado parvo

A sinopse pior. Uma bailarina e um violinista apaixonam-se e depois vão participar num concurso de hip hop. E depois não percebi muito bem porque o trailer desligou-se. Sozinho. De repente. Estranho.

Mais uma noite descansada

Outro, do género, e também na dica do rectilíneo, Hush. Não podia, e aqui não podia mesmo, ser mais simples: uma surda muda vê-se encurralada em casa por um psicopata. E podia haver aqui um golpe de asa, uma brincadeira ou desconstrução. Não há. A surpresa é mesmo essa. Flanagan, o cavalheiro do Oculus, consegue de tal modo a imersão que damos por nós, de novo, a torcer. Toma lá caralho. Quando ela lhe manda umas porradas. Tão isolados no truque do som - clap, clap, clap - que só voltamos a ouvir em segurança umas boas horas depois. Ansioso por Before I Wake.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Já lhe chamam o Coisa Ruim de New England

Desde Kill List que um final não me deixava tão terminado. Como se não houvesse nunca a percepção de outra estação. Eles lá falam em flores, mas não, mentiras, numa espiral descendente do negro. Um ambiente fechado, pequeno, pobre, sujo e animal. Incrivelmente bem retratado, sempre nos fechos a negro, na latência dos próprios parágrafos de contos populares e velhas histórias. A chocar com os rostos lívidos de uma pressuposta inocência. Desconfortável, demasiado teatral de tempos a tempos, mas no final dos chamamentos e gritos, um dos grandes horrores do ano.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Mas porque é que todos os filmes não são com a Maria Isabel?

Agora que já estou sóbrio, posso afirmar com testa séria: não tem merda nenhuma a ver com o Cloverfield. Só nome, e mesmo o nome já estica. É tipo família, e tal, e depois, os ovos da Páscoa. Oh moços, querem um balançozeco, tudo bem, agora não se ponham com teorias desgraçadas que depois um gajo fica cheio de falta de ar. Saí do cinema a acreditar que isto estava tudo ligado, e a fazer desenhos no meu livro de esquissos. Esta última parte é mentira mas a primeira confirma-se. O cerne, é que não precisam nada um do outro, são orgânicas muito distintas: um found footage para um found miúda presa num bunker. Muito twilight zone, a segurar bem o mistério, com uma protagonista fortíssima - nunca percebi bem porque é que ela não aparece mais - enrolada numa imagética muito própria. Sem grandes regras, virando tudo à esquerda no último acto porque sim, respondendo, para o bem e para o mal. Ah e depois claro, já me tinha esquecido, mas quem tem a respiração pesada de John Goodman tem tudo. Meio filme, naquele desconforto débil, naquela prisão. E depois claro, na boa tradição destes novos mistérios, a música, sempre a música.

Cineobrigatório

Eu sei, eu sei, mas é o Independence Day

Também nós, espectadores, tivemos os tais 20 anos de preparação. Duas décadas à espera. Provocam-nos habilmente com isso, quase em jeito de questão, reflexão. Que estamos nós à espera? Somos nós, a tal geração que foi levada a acreditar que podia ganhar, mudar? O trailer ingenuamente - de propósito - apela a este puto, a um quase papel químico do primeiro, dos 14 anos, de um olhar deliciado sobre um blockbuster; porque as coisas aí eram de facto divertidas. Vamos lá a isso.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pensei que ela estava contigo

Já na luta final, há um plano longitudinal da Gal Gadot, que começa nos pés e nunca mais acaba. Onde ela está, tentando ser o mais cavalheiro possível, toda escarrapachada. É um momento bonito de cinema. O filme, percebe-se bem o porquê da aversão americana da crítica: tenta ter uma história, e isso, os reis dos hamburgers não perdoam. Bonito é o Ultron, e o Cagalhão América a dar tau tau no Iron Man, com 36 personagens unidimensionais e uma dor de cabeça que ninguém quer comprar. Essas maricadas da Marvel é que os deixa cheios de sangue na piça. Algo que tenta oferecer mais que o recto tem de ser eliminado. Selecção natural. E é isso que melhor define o filme de Snyder, a tentativa. Existe ali um argumento, uma intriga, um plano, que nos mantém sentados. Existe um vilão, existem questões, existe política. Um par de lutas fenomenais que não cansam - a do Batman quando resgata a mãe do outro é fantástica - e actores à altura. O que falha? Falham as unhas, é um fardo demasiado pesado, que rapidamente cai no deslumbramento, no querer chegar a muitos sítios. A edição precipitada leva a buracos desnecessários e à inevitável pressa. Mas feitas as contas, mete o predecessor a um canto e mantém a chama dos super heróis minimamente acesa.

Qualquer dia é moda

Só porque a namorada do chinês é bem boa, vou avisar excepcionalmente, que o textinho que se segue contém chibanço. Espoilers, como diz a Dilma. The Boy não tem de facto nada de novo: um casal de velhos assustador contrata uma ama para o seu filho, que é nada mais nada menos que um boneco. Tudo porreiro até ao sacana do pequeno começar a fazer das suas. Tem a, ainda jovem, resposta. Assombração? Espírito demoníaco? Annabelle? Não. É só o cabranote escondido nas paredes. Solução usada já em algumas obras do género (Housebound, The Pact) e que me continua a surpreender. Se calhar quando chegar ao emparedado número trinta e dois já comece a suspeitar.

Com o diabo às costas

Florence. Ontem. Trio de gajas, que não sei cara, nome nem composição física apesar de imaginar gordos cabaços, discutem qual o último grande concerto que viram ali. J. Lo, ou para o povinho Jennifer Lopez. Concertão, dizem, enquanto aguardam impacientemente pelas duas músicas que conhecem da artista do dia. Depois, depois há sempre a malta que diz que a voz dela é igual à do cd, o que realmente me surpreende, vou  na esperança que a voz dela seja igual à da senhora da Repsol. Por último, em 30 mil, 26 mil estavam a filmar, o que dá sempre jeito, ter 26 mil versões do Shake Out, com som ranhoso e granulado carregado. Já saquei algumas mas estavam todas em screener, se alguém tiver um brrip dos primeiros 5 metros da plateia zona centro por favor envie. Quanto à ruiva, é outro campeonato, com aquela juventude fodida e magoada que tão bem entoamos. Um rodopio de vida, de ressacas à procura de uma cola, de fragilidades que se constroem numa enorme festa. No exorcismo da lição. Tão essencial como a própria música.

domingo, 17 de abril de 2016

I post

Confesso que me dá algum pau quando ela diz this is a rebellion isn’t it? I rebel. Apetece-me encaixar isto em todo o lado tipo this is a blog isn´t it? I blog. This is a shopping isn´t it? I shop. Ou mesmo fazer piadas tipo this is a robotics isn´t it? I robot. Ahahahah, que engraçado que isto foi agora.

E onde encontrá-la

Aquele novo filme do Harry Potter, que não é bem do Harry Potter, tipo spin-off, mitologia, universo. Cheira-me a soneca pesada. Mas o que interessa, e que só descobri quando dispensei mais de 12 segundos com o poster, foi que está lá, embrenhada em magia, Katherine Waterston, nova paixoneta deste vosso escriba. Viram como se faz? Não é difícil encontrar bodes expiatórios para estas novas banhadas, é tudo uma questão de hormonas.

domingo, 10 de abril de 2016

Este texto é sobre séries, é grande mas tem uma gaja nua

Não vejam The Path, não vale a pena. Para além de faltar tudo, falta intensidade. Vejam o trailer 30 vezes ou então ouçam só a música dos Fleet Foxes, foi o que eu fiz. Mentira vi dois episódios, o segundo é igual ao primeiro. Estava com esperanças que a Michelle Monaghan levasse uma canzanada como no True Detective.
Mas não. E o Jesse está cá com um overacting. Assim não miúdo. Depois, e porque vocês vão dizer ah mas não viste toda. Mas vi o 11.22.63, também é da Hulu e também não. Este então, colocando de parte o ódio direccionado ao protagonista, é dos desperdícios mais sofríveis, mais mal realizados e montados de que há memória. O último episódio, quando ele dança com a velha, juro que ouvi estalactites das grutas dos Alvados a cairem de desgosto e desespero. E a Sarah Gadon faz cá um papel de sopeira adormecida. Nada daquele gelo Cosmopolis
Como a Elektra. Esta segunda temporada está má de papar. Vou a meio. E este fastio deve-se em parte à gaja. Com aquele sotaque manhoso, que pode a qualquer momento tirar uma bola de cristal para ler a sina. Mas ela é bonita vá.

Como a outra, que também tem o sotaque mais irritante do mundo mas manda um corpão. A quenga do Black Sails.
Que - ai tanta mama só para chegar aqui - continua a ser a melhor série de ação e aventura, sem qualquer receio das barreiras que quebra ou caminhos que toma. E tem tanta história, tanto detalhe e sussurro, isto sim um jogo de tronos, de amigos e inimigos, piratas, que um dia estarão naquele livro. O final estará nos melhores, aquele diálogo que acompanhou do início ao fim, o plano, entre incríveis planos de batalha, sempre o diálogo, entre duas das maiores figuras literárias e agora televisivas do género. Viva Nassau. E sai uma pirata gira.
Para terminarmos com American Crime Story, que duma história cinzenta e mastigada, conseguiu uma dezena bestial de episódios, bem editados, bem realizados, e com muito foco. Apesar de não ter moral, de não tomar partido, não cai no registo sonolento de Spotlight, e aponta as pessoas. São as pessoas, a história são as pessoas, e foram aquelas pessoas, naquele momento, com tudo o que as carrega que fizeram aquela história. E o valor é esse, o suspense é esse: os olhares. Aquele punho fechado no final. O choro. A sucessão de uma peça a bater na outra, como se estivéssemos a assistir à evolução de uma espécie única e intemporal. Belíssimo.

sábado, 9 de abril de 2016

Batalhas musicais, especial super-heróis

Bestial ou formidável? Nunca sei aquando o momento decisivo de escrita. Gosto tanto das duas. Assim como o outro dilema, desta vez dois inícios, ambos com "super-heróis", ambos a melhor coisinha do filme: início clássico, histórico e inesquecível de Watchmen, ou início genial, grotesco, brutal, viciante e igualmente inesquecível de Deadpool? Dói não dói?




Rogai pela buzina

Isto agora vai ser tudo mas com gajas. Já perceberam não foi? Mas não é a Felicity Enjoada Jones que me traz aqui - ui sou rebelde eu rebeldo-me - nem o Ben Mendelsohn que é o melhor ator do mundo de sempre e que possivelmente será um vilão assim do caralhão, é o facto do trailer do Roga Um ser um trailer buzina. Ai como eu gosto de trailers buzina. No Brasil chamam-se trailers sirene, mas eu prefiro buzina. Outros trailers buzina? O Prometheus, e o...Prometheus, só para dar dois exemplos, porque eles são muitos.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Em linha, e já a seguir

Acho que essa também aparece

Zombies sei bem o que é, agora orgulho e preconceito nem por isso. São merdas que se apanham na Primavera, acho eu. E lá está o problema basilar desta obra, que tinha tudo para ser espectacular, muito pouco dos primeiros, muito dos segundos e terceiros. Muito de conceitos que não entendemos e que se traduzem em erecções de aborrecimento. Depois há mais: pouca mama, pouco sangue, lutas mal amanhadas. Porque é que não pus o 400 Days, pensei eu, enquanto o Mr. Darcy, oh o caralho que o foda, lá andava feito parvo a fingir que não gostava da tesuda. Santa pachorra e zombies.

terça-feira, 5 de abril de 2016

E lá vamos de novo

O problema do "depois da tempestade vem a bonança" do universo televisivo é que depois do barulhento loop The Walking Dead vem a histeria vazia Game of Thrones. Não há um hiato fresco onde esta horda de zombies possa enfiar a gaita, para que se consiga ouvir os passarinhos, nem que seja por um breve instante. Por um bocadinho.