quarta-feira, 30 de abril de 2014

Killing time and dreams

A culpa é minha, que não resisto a um rabo de sci-fi. Não aprendo. E mais uma vez deixei-me levar. Almost Human não era perfeita, mas prenchia uma espaço importante no universo televisivo. No nosso imaginário. Dona de uma mitologia consistente, ganhava terreno nos seus diálogos, nos seus detalhes e petiscos visuais. Com muito mais do que a casca apresentava. Morreu às mãos dos idiotas de serviço. Não posso dizer nem fazer mais, apenas mandar a FOX ir levar no rabo e deixar uma das canções da série, de um mundo longe do nosso.

Miss Abril

terça-feira, 29 de abril de 2014

Vamos lá outra vez

The Shining: a longa minissérie (3)



Personagens

Passando do tijolo para a célula, encontramos então um núcleo duro de três personagens, como no filme. Porém, tão diferentes que poderíamos realmente estar a falar de uma outra família. Jack Torrance, encarnado por Steven Weber, é um alcoólico em recuperação que vê neste emprego de guarda a sua derradeira oportunidade de endireitar a sua vida. O alcoolismo tem um papel importantíssimo na narrativa, que o aborda com telefonemas para o seu tutor, tentações à porta de um bar e mesmo uma reunião dos alcoólicos anónimos. Há uma parte significativa de preparação antes do próprio hotel, onde temos direito a um passado violento sobre a família, em especial sobre o seu filho. O álcool, grande monstro, enorme justificativa da transformação. Pois Torrance é um homem normal, um pai de família, que vê os seus demónios virem ao de cima sob a forma do copo. Não é loucura por loucura – como tão inexplicavelmente, de forma muito mais certeira, Nicholson nos trazia – é a recaída que despoleta o confronto final. A interpretação (excessiva) de Weber – em parte devido à extensão da série – soluça repetidamente, não havendo uma descida progressiva e coerente aos infernos. E a redenção final, onde se sacrifica pelos seus, é o adeus para toda a família que Kubrick esqueceu. Claro que King também se esqueceu, do terror e da overdose melodramática que essa despedida impregnou. Salvam-se os outros. Quem são? Danny, o seu filho, trazido por Courtland Mead, actor criança excessivo e irritante que mais parece saído de qualquer filme da saga Problem Child. Em vez dos silêncios, dos olhares vazios, temos conversa e conversa e conversa. Sempre a dar uso do seu poder de clarividência e a avisar, alternando entre momentos de calma – está tudo bem vamos ficar aqui – com alturas de pânico – temos de fugir o mais rapidamente possível. Não há espaço para nos interrogarmos. O próprio Tony, em vez de um dedo, é um adolescente flutuante que continuamente profetiza a tragédia. Menos é mais. Ainda para mais no final, temos direito a um Danny universitário e aí percebemos que Tony era uma versão sua do futuro. A ida ao quarto 217 – sim 217 – é o melhor momento da série, mas fica-se aí por um momento. Saltando para o seu amigo que também brilha, Hallorann (Melvin Van Peebles, sim o pai do Mario), a perspectiva é toda ela mais leve e forçada. Menos misteriosa e pesada. Tintim por tintim, sobre aquilo que eles são capazes e depois abandona o miúdo. Para no final regressar e salvar o dia. Não morre, não leva com o machado [aqui não há machado, é um taco de croquet]. Por fim Wendy, uma Rebecca De Mornay anos 90, com as calças de ganga até ao umbigo e atitude mais ativa no rumo de todos os acontecimentos. Uma das (muitas) acusações ao filme foi a inépcia da sua esposa (Shelley Duvall), a sua postura submissa, que apenas gritava e corria de um lado para o outro. O professor King corrigiu e ofereceu uma esposa mais protectora, interventiva e decisiva nos acontecimentos finais. Talvez o melhor papel no meio de toda esta embrulhada.

Texto publicado na Take 34

sábado, 26 de abril de 2014

Vírus, vampiros e navios


A série virulenta de Guillermo del Toro ganha um poster amistoso, onde uma simpática minhoca sai do olho, do que parece ser, uma simpática rapariga. Ao mesmo tempo outro aperitivo televisivo, também com vírus, trailer deThe Last Ship. História: fica tudo bexigoso menos um barco comandado por um dos médicos bonzarrões da Grey que agora está gordo que nem um texugo. Só a Rhona Mitra é que pode salvar esta merda toda. Mísseis, russos, Michael Bay e saltos para o colchão. Mesmo a nossa onda. 

Jantar de amigos que depois fica esquisito


Na categoria pequenino/estranho/quero muito, Coherence está lá bem em cima. Ao pé do cometa e das anomalias espaciais. 

Ainda se lembram como foi bom?

Poucas são as relíquias que sobrevivem ao verdadeiro vírus. À estirpe mortal do tempo e suas sequelas. Dois, três, na mama de uma ideia que se gasta e vai desvalorizando. Como se cada passo fosse retrocesso. Isso irrita-me. Continuamente voltarem, afirmando: agora é que é, mesmo à antiga. Vocês não sabem o que é, vocês não respeitam o que é. Por isso quero muito que este [REC] 4: Apocalipsis vá para o raio que o parta. 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

E a cena do elevador?

É muito maior a distância. As passadas entre um salto inválido e um medalhado. Porém ambos ficam no quase. No primeiro filme o Capitão tentava ser Indiana. Longe, numa trapalhada que misturava tudo, sem nunca descer ao verdadeiro lume da aventura: as personagens. Nesta sequela as coisas ficam mais sérias, o herói dá lugar ao deslocado. O início é de facto extraordinário no isolamento, primeiro com a corrida, depois com o barco - incríveis os planos aéreos - e depois de novo a saudade. Inspirando e expirando de seguida, sem pressas. O problema é que esta ilha, ou a problemática de a ser, não se aguenta no resto da intriga. E esta não se aguenta no resto do filme. Capitão a tentar ser Hunt. Numa quase missão impossível, com máscaras e tudo mas sem as reviravoltas necessárias e densas que o verdadeiro thriller pedia. Fica para a próxima. 

Entrevista ao argumentista de "O Dia em que o Marco bateu na Sónia" (1ª parte)

Numa tarde de abril, num desses cafés da planície, estivemos à conversa. Primeiro entre nós. Depois com o argumentista de O Dia em que o Marco Bateu na Sónia, filme português com estreia marcada para 12 de junho. 

Antes de mais, muito obrigado por ter aceite o nosso convite.
O prazer é todo meu.

Obrigado.
Obrigado eu.

Em primeiro lugar como surgiu a ideia para este argumento?
Acho que todos, sem excepção, se lembram, ou conservam uma vaga ideia, desse dia. Eu estava nas aulas e logo ao sair, de boca em boca, ouvi. Recordo-me de parar. Pensamos sempre que sabemos tudo, que estamos seguros e nada nos toca. Somos de cristal até um evento destes acontecer. Eu gostava do Marco, todos gostavam do Marco, todos o queriam na final. Com a agressão e consequente expulsão fiquei com essa fagulha: um dia terei de escrever sobre isto. E assim foi.

Soube que o argumento sofreu muitas alterações. Como era a ideia inicial?
Sim, é verdade. Inicialmente o filme foi pensado para retratar o comum. Inspirado muito na minha própria vivência desse dia. Dia de um estudante universitário, que acorda de manhã, bebe o seu café, vai às suas aulas e vê, depois de almoço, o seu mundo ser abalado pela nótícia. Era um olhar mais intímo e pesado. Rapidamente chegámos à conclusão que este não era o caminho a seguir, não era isto que a audiência precisava.

Então foi um salto do drama para a ficção científica. Como foi feito?
Antes da ficção científica ainda surgiu uma ideia intermédia, onde o Marco Borges era mordido por um zombie antes de entrar na casa. Só que a ideia entretanto foi usada em Dead Set e o título teria de ser adaptado para O Dia em que o Marco mordeu a Sónia. Não era isto, nós queríamos manter o pontapé, o momento tal e qual teve lugar e só depois reescrever a história. Achámos portanto que o ideal seria transformar a personagem da Sónia num extraterrestre adormecido, que, com a agressão nas mamas acorda e contacta com o seu planeta natal para uma invasão. Seguindo-se então a batalha final pela salvação da humanidade.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Há um ano escrevi: para o ano a esta hora

The Shining: a longa minissérie (2)

O hotel 
Impossível falar, em linha alguma, do que está aqui a acontecer, sem recorrer, numa ou outra palavra, ao clássico de Kubrick e suas decisões artísticas. Esquecer isso é ocultar parte vital da cultura cinematográfica e popular, que ditou regras, estabeleceu ícones e desbravou territórios. Para além disso, nunca poderemos deixar de ver esta série como uma resposta, uma correção minuciosa a um teste que correu mal. E o corrigir foi ser fiel, foi vermos a verdadeira fonte, o real The Stanley Hotel, génese de todo este universo. Exteriores e interiores, foi ali que King repousou e se intimidou, naquela noite. Foram eles que deram fundo à história. Facto que por um lado funciona como cobertor curioso; é o nosso gene voyeurista a tentar esgravatar o máximo de verdade nas coisas. Viagem turística aos pontos de interesse. Perde-se por outro a capacidade claustrofóbica dos corredores, dos padrões, o vazio solitário dos grandes salões. A entidade desaparece e surgem apenas sítios, sem medo de os percorrer. Sem aquele olhar gélido de que nada ali nos quer bem. Todos os elementos fantasmagóricos são também novos, todos. Esqueçam as gémeas ou as marés de sangue, esqueçam o labirinto, nada disso estava no original. Surge então algum gozo na descoberta: temos uma mangueira de incêndio e arbustos em forma de animais que ganham vida para atacar os protagonistas. Bizarrias bem-vindas em qualquer conto do género mas que devido ao pobre CGI – que chega a ser ridículo – viram batalhas sem causa. Menos é mais. Os fantasmas aparecem com uma caracterização semelhante às festas de Halloween de qualquer escola secundária [King está lá, faz uma pequena aparição como uma destas entidades, membro da banda de música. Frank Darabont e Sam Raimi também têm direito a pequenos cameos]. Existe uma vontade interessante de contar as histórias perdidas no tempo, os crimes, as traições, que o hotel viu morrer, ao longo dos tempos. Teia que poderia ter criado intriga e sub-enredos, que justificariam relações entre os vazios e os de carne e osso. Aumentar os flashbacks, dar cor ao que assusta. Não se consegue, mais um beco sem saída. No final, e ao contrário do filme, o Overlook perde e num bonito acto de sacrifício Jack explode com o edifício. Apesar de num último frame vermos a reconstrução do mesmo sabemos que se fechou. Nada em aberto. Menos é mais, menos é mais.

Texto publicado na Take 34

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Alugar ou não alugar?

Já alguém viu?

Abaixo assinado "Deixem Os Goonies em paz"


Dança pá!

Não se avista Hollywood, cantam eles numa das suas. É certo que não se vislumbram as gordas letras brancas do estrelato mas o que se ganha é um espectáculo que poucos conseguem. E que arruma com qualquer tentativa de entretenimento megalómano. Foi ali, no passado sábado, que o quarteto do Porto deu um concerto com C grande, garantindo, e excedendo em larga escala, o que o bilhete valida. Porque não só nos encheram de canções como nos encheram das nossas/outras canções, arranjos e acordes, de gargalhadas e luz. Sem nunca deixar regressar ao solo, sempre presos no abismo de uma dança. Liquidificando todo o pop, rock, o pop-rock, cinema, televisão, desertos e cabarets, resultando o sumo único, a magia destes Azeitonas. No final, piscadela de olho a Lost ou então, simples retrato: uma pequena grande banda a cantar com amor a sua música. 

sábado, 19 de abril de 2014

The Shining: a longa minissérie

Não é tarefa fácil entrar na televisão com Stanley Kubrick. São linhas demasiado rectas, as que se desenharam sobre a grande tela e fizeram dela sua história. Cineasta de corpo inteiro, à experiência única da sala pública, aberta, fechada para cada um provar no escuro o seu enorme travo, a sua doce genialidade. Assim, falar do pequeno écran de forma directa, usando nome e apelido, reduz as hipóteses para nunca feitos ou terceiros. Os da gaveta já aqui foram sacados: Napoleon, God Fearing Man e Downslope, ideias que nunca conseguiram fugir das folhas e que agora ameaçam voltar, com outra visão. A primeira é minissérie endereçada a Steven Spielberg, na produção, com rumores correntes da casa HBO e Baz Luhrman atrás das câmaras. A segunda e terceira são produções da Entertainment One, minissérie e telefilme, respectivamente. Para eternamente se discutir, que nem ursinho Teddy, como teria sido, o que é dele e o que não é, o que é laranja e o que é vermelho. Sobram-nos os outros, a não suposição da visão mas o desdém da mesma, e nesse instante vaivém, de novo, até ao passado.


Vamos fazer justiça

No início de Before Sunset um jornalista pergunta a Jesse (Ethan Hawke) se o livro que escreveu é autobiográfico. Ele responde com a questão: não será tudo autobiográfico? De facto nada do que damos se pode dissociar do património de vivências. História, a nossa que tão orgulhosamente (e involuntariamente) sabemos aproveitar. Talvez tenha sido esta a maior ferida, não a do trabalho, mas a da vida. Stephen King iluminou-se e inspirou-se, quando, em 1974 ficou alojado com a sua esposa no The Stanley Hotel, em Estes Park, Colorado. Eles eram os únicos hóspedes e o hotel ia encerrar no dia seguinte devido ao período de inverno. Ao percorrer os corredores vazios, ecoando ideias a cada passo, percebeu que este seria o local ideal para uma história de fantasmas. Sonhou com o grande edifício, o seu pequeno filho no meio das portas escondidas e objectos que de repente ganham vida. Ao sair de lá, no dia seguinte, tinha o livro instalado e disposto a nascer. Outro vértice latente da vida do escritor foi a sua luta contra o alcoolismo, que estava pronta, também ela, a ser contada. Três anos depois sai este volume de si, um enorme sucesso por todo o lado, um clássico literário do terror que viria então a ser adaptado, anos mais tarde (1980), por outras mãos. E o que viu, não foi a cria que tinha tão arduamente criado. King não gostou da adaptação que Stanley Kubrick fez da sua obra. Fria, acusou-a de esquecer os personagens, de não conseguir desenhar a espiral da loucura necessária para realmente assustar. E nos agarrar pela garganta. Era outro a contar um episódio que só nós vimos. Depois da polémica, das críticas, surgiu em 1997 a resposta final. Confiante que tinha palma para nos agarrar o pescoço decide nessa altura dar descanso a esta guerra e mostrar a todos os fãs como seria aquilo que ele viu quando escreveu. Dar à sua obra a adaptação que ela merecia. Com o controlo total da odisseia, escreveu e produziu esta minissérie dividida em 3 episódios de 90 minutos. Sim, não são duas, não são três, mas sim quatro horas e meia de The Shining. Bem ou mal passadas? Bem, é isso que vamos descobrir.

Texto publicado na Take 34

Há vida na ficção científica

Fui comprar duas raspadinhas de 1 euro. A senhora das raspadinhas, Carla, ao entregar-me o troco perguntou: gosta mais do The Last Days on Mars ou do Europa Report. Fogo, exclamei, surpreso de tal audácia. Ficção científica no meio de símbolos como uma corneta e uma roda. A verdade é que ainda raspo a questão. À procura de uma decisão. Ambos foram as melhores surpresas de 2013 no género, em 2014. Pequenas gemas, a passar ao lado, oferecendo tudo aquilo que se esqueceu: a claustrofobia do vazio. A solidão da procura, a solidão da própria descoberta. Como os filmes em si, prontos para serem encontrados na pequenez da grande ficção científica. 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Dragão dragão é o Sean Connery

No segundo Massas e Maçadas na Terra Média - segundo agora destes novos atentados - não percebi muito bem o realce dado à voz do dragão, supostamente de Benedict Cumberbatch. É que ser ele ou senhor Barros do Continente era igual. Totalmente modificado e digitalizado, sem uma nota de identidade. Nesses instante aconteceu algo inacreditável:  fiquei com saudades de Dragon Heart.
Marco Borges interpretará ele próprio no filme O Dia em que o Marco bateu na Sónia.

Cada tiro cada trailer

Acertando ou não no alvo, certo é que Fincher, nos trailers, nunca falha. Ou não fosse a sua maternidade a escola dos videoclipes. Aqui, reeinventa She, canção aparentemente gasta, que ganha um outro nome. A força da suspeita sobe com a música, envolvendo a vista do microcosmos fechado, sufocante e quando termina, adeus ao nosso norte. Genial.


Já são tantos que ninguém repara

Ah cá estamos de novo. Aquela altura do ano em que todo o mundo simula orgasmos ao som de Game of Thrones, a novela mais sobrevalorizada desde The Walking Dead e Rei do Gado. É só espremer e perceber que não se passa nada. Pior, não há toque, personalidade, ou vontade de quebrar qualquer regra. São fatias continuadas de informação, de A para B, depois para C, D, E e por aí fora - completando este abecedário e outro - sem nunca parar para pensar. Respirar. Reféns deste ou daquele grande choque. 

Mas pronto, é como a Primavera, um gajo espirra mas tem de levar com ela. E cá estou eu a fingir os gritinhos de miúda. No meio disto, um ponto muito positivo: o recasting de personagens. Em especial de Daario Naharis, que se não fosse um amigo meu a alertar-me para a situação jamais descobriria. É que os dois atores - um louro limpinho e outro moreno de barbas - são quase quase iguais. É assustador. 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O hoje

Ela agora aparece em cartazes infinitos, com o rabo justo em cabedal. Até lhe chamam a nova Jennifer Lawrence. Parvoíces à parte, o que a míuda faz em The Spectacular Now é de facto um espectáculo. Ou melhor, é o espectáculo mais sincero que uma interpretação feminina poderia oferecer. Carregada de ingenuidade e urgência. Como se fosse gritante a transparência, os poros suados e ausência de base. Como se fosse vital sermos nós, nem que seja apenas por agora.

Gordo, velho e calado

Existiria todo um serão para falar de 47 Ronin. Porém, como não temos a noite toda, vou apenas referir os dois grandes momentos desta obra maior na filmografia de Keanu Reeves, que faz o filme todo em mute:

1. Os bons estão a preparar um ataque aos maus. Abrem um mapa, comprado na Toys"R"Us, e decidem que irão enviar um batedor primeiro. Aí surgem as palavras sábias do semi-líder: olha tu vais lá infiltrar-te mas não te esqueças que pelo caminho vais encontrar muitas casas de putas e que são bons locais para obter informação.

2. Os bons estão com falta de espadas. Onde é que eles vão buscar as espadas? A uma aldeia que se chama: Aldeia dos Fabricantes de Espadas.

Tudo verídico. Tudo delicioso.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Sim, quem não vir o Cosmos cheira mal


Não se esquece

Toby Kebbell. Assim de cor não sabia mas a notícia ensinou. Novo Doctor Doom no novo quarteto. Aquele com putos giros, cheios de esperança. Cada vez maior. Não é pelo tresloucado acto de RocknRolla mas sim pelo protagonismo de The Entire History of You, episódio 3, temporada 1, de Black Mirror. Há por aí interesse no salto, o do costume, mas não vão em cantigas. Sentem-se lá no sofá e desfrutem desta maravilha sci-fi. Confiem. 

A série é uma bosta, a série vai ter um final, logo o final vai ser uma

Motins, gritos e tiros. Foi assim que acordei na madrugada do final de How I Met Your Mother. Ao que parece o Ted gostava era do Barney, a Robin era um extraterrestre sapo de Neptuno e a Lilly e o Marshall não existiam, eram fantasmas do século XVII com assuntos por resolver. Posto isto, e uma vez que deixei de ver a série há 4 anos - estou tão orgulhoso de mim - até me parece um final porreiro. Há quem diga que a mãe devia ter entrado, ou que era necessário rir pelo uma vez por episódio. Eu não acho, lá por a série ser sobre isso e ser de comédia não tem propriamente de ser sobre isso e de ser comédia. Não vamos ser quadrados pessoal.

Descartável feminino

terça-feira, 1 de abril de 2014

The luckiest

Perder é a certeza que liquida todas as outras. Um final a meio da corrida. A batota, que te rouba as fichas, os pés, as mãos, e o corpo. E depois? Haverá depois? Ou apenas duas existências distintas que se vão tentando encontrar nas páginas da saudade? Não sei. É a certeza que liquida todas as outras, não sei. Mas estou aqui hoje para voltar a saber. Voltar, no meu aniversário, ao que sempre foi sólido e inquebrável. A bomba pujante de sangue que cresceu, sorriu e chorou comigo. Desde os pés no ar até às solas na alcatifa. As últimas tosses e sussurros, alertas para depois fugir. Não posso deixar de correr, porque este blogue não é o meu refúgio, é a minha estrada. 

Contigo, sempre contigo.

No filme About Time há um momento em que o pai ensina ao filho como tirar proveito da sua habilidade de viajante no tempo. Diz para se viver um dia, com todas as preocupações, mágoas e conflitos e para depois se repetir, esse mesmo dia, dando agora valor às pequenas coisas. Aos detalhes, às maravilhas, à luz. No final o jovem deixa de viajar, vive cada dia como se tivesse voltado a ele, para o gozar, para tirar dele o melhor, como se aquele fosse o último dia da sua extraordinária vida.

Ok Pai vamos a isso!