segunda-feira, 28 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

Somebody help me, I'm being spontaneous!

Apesar dos brancos continuo a acreditar na vida como filme. Não foi por acaso que os finlandeses da manhã estavam de novo no restaurante, à noite. Ou que a vizinha, à mesma hora, com a mesma questão. E se eu não vou ao lixo ela procura. É uma boa história, que se vai fechando nos dias mais compridos, abrindo nos batuques mais curtos. O rapaz alto e uma carrinha de personagens, de letras e frases, de gritos e deixas. Não seria assim sem o espelho onde o puto se olha todos os dias e diz olá ao mundo. Este blogue sou eu, sem ajuda, a ser espontâneo. Todo este show para dizer que o Créditos Finais está nomeado aos TCN Awards 2013 na categoria de Blogue Individual de Cinema. Aqui de Seahaven, o meu muito obrigado. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Um homenzinho

Como nunca usei a expressão "gostar nadinha", e também devido aos efeitos da chuva, vou agora passar a fazê-lo: não gostei nadinha do primeiro Cagalhão América. As comparações, se bem que ténues, ao Indiana Jones deixaram-me mazelas grossas que ainda hoje me acordam. Então rapaziada não é com isto que se vibra. Meia dúzia de bonecos de cartão com pistolas de plástico. Não. Um não tão grande que a sequela mais parece um thriller político do Robert Redford. Que está lá e tudo. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A certa altura do filme ela apresenta os entrevistados em desconfortáveis silêncios. Olham, voltam a olhar e depois agitam-se no sofá ou cadeira. E agora? Perguntam sem perguntar, como tudo o resto, um jogo de múltiplas questões que se vão enrolando umas nas outras, questionando o próprio ponto. Polley bem repete que quer demonstrar como a mesma história se transmite e reproduz de modos distintos, dependendo do orador. E que muitas vozes serão uma oratória mais completa. Fiel? Diz e volta a dizer, como se quisesse de facto acreditar. O irmão tenta virar a câmara e o pai refere o facto de a edição ser por si só um modo de contar. Tudo afecta tudo. Ela esconde-se e vai filmando. Não será ela própria o cerne? A entrevistada que se foi construindo entrevistando? Era isso? Não sei, muito para ficar e guardar num dos mais fantásticos filmes que vi este ano, Stories We Tell.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

E viveram felizes


O primeiro tem aquela amargura inocente, diferente da mágoa surpresa do segundo. Ao fechar, acabaram-se os primeiros anos ou os imprevistos. É peso de toda uma vida, com dois, a dois, para dois. Esse negrume gravítico devia conseguir impregnar de forma mais efectiva toda esta despedida, para se contrastar na alegria do mar. Os diálogos são aquele charme e a química é inegável. Porém apenas sentimos o caminho certo naquela magnífica cena final, no quarto. Era todo esse desconforto, em todo o lado.

O urso branco


Numa folga apanhei o primeiro episódio, o do porco. Depois disso maratona até ao recente. Já aqui guardado, mas que por questões de logística nunca tinha saído da caixa, Black Mirror divide-se - até ao momento esperamos nós - em duas temporadas de três episódios cada. Diferentes onde voltamos ao zero a cada novo capítulo, com a premissa comum do poder das novas tecnologias na sociedade atual. Disparando para todo o lado, conquistando terra e céu profundo, variamos não só nos temas - e questões, tantas questões - como no modo gráfico que eles nos são apresentados. Pequena relíquia televisiva que merece todas  as cervejas e horas de bar, a discutir qual o seu melhor momento. Para mim White Bear, a montanha-russa que faltava a este ano de televisão. Absolutamente fantástico.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A rainha da selva

A fauna compunha-se para mais um dia na selva Woody Allenesca. Alec Badwin, Sally Hawkins, Louis C.K., Bobby Cannavale, entre outros. Todos os outros nos seus lugares. E poderia realmente ser mais um dia tragicómico não fosse o leão rugir mais alto. Cate Blanchett sobe aos píncaros arrastando consigo o filme, fazendo dele o melhor em anos e tornando a sua interpretação um daqueles momentos que prémio algum conseguirá controlar ou conter. Colossal. 

O dia em que Homeland ficou cocó

Antes deste terceiro episódio começar a minha mãe lançou o apelo, "espero que a rapariga não apareça de novo". "Tem calma mãe", disse eu, a pensar que nada poderia ser pior que 50 minutos de Dana Brody. Sou ingénuo e com Tower of David Homeland torna-se ainda mais exasperante. Brody nas obras, carequinha e meio fraquinho, a recuperar e tentar fugir. Tenta não consegue, tenta, consegue e depois não consegue outra vez. No fim manda um chuto para acalmar. O episódio acaba. Ah e pelo meio, para desconcertar - e não, não combina - tivemos Carrie a vir ao jardim falar com um senhor. O que se passa? Quem escreve estes blocos de pasmaceira? Esta não pode ser a mesma série que há um ano arrancou destemida, destapando todos os véus e colocando todas as cartas na mesa. Não pode ser. Ou se é então chegou ao fim. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Até que enfim

"Born in 15 March 1959 as Renny Lauri Mauritz Harjola, he is the most successful Finnish film director in the history of Hollywood."

Desculpem lá. Só para aqueles que continuamente dizem mal. Não sou eu que confirmo, é o IMDb. Só assim o mais famoso. E porque estou eu a trazer Renny Harlin para cima do post? Ora bem, uma vez que Gladiator e 300 são duas belas postas de caca, o realizador de Cliffhanger decidiu fazer alguma coisa e atribuir justiça ao género, com um mash-up daqueles que tem tudo para ser um gigantesco sucesso. Crítica e público. Contem comigo.

domingo, 13 de outubro de 2013

A escala twistica

Surveillance tem um twist pateta. Daqueles que apesar de imprevisíveis nos deixam a contar os buracos do queijo. A sério? Chained por sua vez tem um twist que é quase quase pateta mas que consegue manter a cabeça de fora. Deixando qualquer espectador espertalhão, como eu, deveras satisfeito.

sábado, 12 de outubro de 2013

Miss Outubro













Chegou a hora de falar. Depois de abrir espaço e apetite com a fotografia. O tempo que Van Sant nos dá ao longo do filme. Vamos lá respirar em conjunto. Quer em belíssimos planos aéreos quer no passáro parado. E o ceú como testemunha certa, de toda a contemplação. Faço o mesmo que ele então, para agora chegar ao discurso final. Ao velho celeiro que importa preservar. Porque é nosso. Porque temos de ter algo a guardar, a salvar. Porque ele não está a falar da velha relíquia do avô nem de gás natural, ele está a olhar-nos nos olhos e a pedir que fiquemos com o seu cinema.

Joguetas


Agora só vejo filmes com o pai do sozinho em casa. Depois de Sharknado, foi a vez de Would You Rather, uma espécie de Hostel conhece Saw que por sua vez conhece The Last Supper. Malta triste é convidada para um jantar esquisito oferecido por um excêntrico. Tudo muito bem encaminhado, com Sasha Grey ao barulho, até que começam os jogos. "Ah preferes levar um choque ou dar choque à pessoa do lado?", "Dar tau tau com um pau nas costas ou espetar um picador de gelo na perninha?", oh por favor, já brinquei a bate pés mais violentos que isto. Ficamos com uma boa premissa que tem medo de brincar aos graúdos. E ser realmente inventiva. É pena.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

São 14

O meu favorito é este. E o vosso?

A solidão indie

Existe aqui um apelo. Quando o filme pára e a soberba fotografia respira, damos conta que os jogos interessam muito pouco. Pois lá estamos com o mundo à volta, alheio ao que de vivo aqui corre. Criar é chorar sozinho. Não há modo de traduzir isso, não há forma de gritar. E apesar do sucesso há um pautar cruel da insatisfação, onde o nosso é a procura infinita. Como o homem do detector de metais, à beira mar.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

TPC


Quando todos pensávamos num fim de semana santo eis que o professor se lembra "Composição sobre os pontos positivos de Paranoia". Fui para casa num aperto. Rabisquei para depois rasgar. Em linha, até o balde ficar cheio. Gajas, não pode ser tão simples.  Arrisquei tudo e dissertei sobre o facto de os óculos escuros do irmão do Thor serem iguais aos meus e como isso me elevava a auto estima. Tive 11. O Augusto, que falou do rabo da Amber Heard, teve 16. Para a próxima já sei. 

Tudo o resto é pura teoria

Não é só altura

Apesar de todas as dicas apontarem o riso como cura, quando chega a hora de meter séries na receita o doutor fica nervoso. "E agora o que é que eu escrevo?". De facto o panorama cómico televisivo é deprimente. Foi como se aquela bola da Miley Cyrus tivesse rebentado com todas e quaisquer construções, vendendo o terreno à falta de ideias. Ou nos vamos arrastando - e vomitando - à procura da mãe ou então temos de levar com a Deschanel de olhos excessivamente abertos à procura de serenidade. Eu via, mas depois o meu irmão perguntou "porquê?", seguido de um "isto não tem piada". Pois não, é mau, é forçado. É tudo mau e forçado* e o que sai do forno não aprende. Um gajo que volta a morar com o pai, ou um pai muito engraçado com problemas com a filha, e depois há bebés, e é só rir. Sempre o mesmo estrume, presos na bolha daquela outra coisa muito má. Tudo para dizer que, neste universo, Hello Ladies é a estreia mais interessante e promissora do ano. Não tem o peso de Louie ou Extras, mas abre terreno de forma muito vincada, com diálogos no ponto e momentos delirantes. A inversão de marcha da limousine, por exemplo. Ah e tem um genérico daqueles. Mesmo mesmo.

*Parks and Recreation, eu sei. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Same old same old


Cuidado com o facto de ser uma história verídica. Tão verídico como o Avatar, que é em Pandora. Cuidado também com as patilhas do Patrick Wilson. De resto podem entrar descansados. É triste tanto alarido à volta de The Conjuring. Triste porque reflecte a escassez de vida dentro do género, onde qualquer ser, por mais simples que seja, é celebrado. Salvador da espécie. Não que a nova obra de James Wan seja um mau filme, porque não é. Só que se tivermos os Memofantes em dia conseguimos localizar cada e qualquer elemento na enciclopédia. O cão, o pombo, a árvore. A casa, a porta, as gravações, o exorcismo. Check, check, check. Lista de compras precisa para o clássico. Limpinho, bem feito, bem desenhado mas sem nunca fugir da linha. Aliás como todos os seus dois antecessores Insidious e Dead Silence. O susto é sempre bem vindo mas com tanta bagegem faz falta um pouco de atrevimento.
 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

E mais e mais e mais


Estava aborrecido, até que, num dos meus passeios diários, tropeço na dica do Miguel. Não sou eu, não. Isso ia ser estranho, tropeçar em mim próprio. Se bem que às vezes acontece. Ui profundo. Mas continuando, ia eu, lá lá lá, conselho e respectivo visionamento. +1, filme com o mau do The Purge e do realizador do remake horroroso de The Last House on the Left. Tudo para correr mal mas a verdade é que este cruzamento de comédia teen, com terror e ficção científica corre bem. Descontraidamente bem. É uma festa que de repente se divide - graças ao estranho fenómeno exterior - em duas metades iguais. Mas desfasadas. Pontuada por um ritmo acelerado do apaga e acende, consegue manter o jogo aceso até ao fim, sem pudor nem censura, deixando ainda para quem quiser questões mais longas que a duração. Excelente surpresa.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ninguém viu

Skyler está ao telefone com Marie. Fuma. Um ou dois planos enquadram o espaço. Cozinha. Continua a fumar, há pouca luz. Algo a perturba, nas respostas curtas e no modo estático como respira. Algo a perturba e nós pensamos nos danos. Nas constantes quedas que levou e que possivelmente farão do conjunto fragmento. Mas não é isso. Eu e tu sabemos que não é isso. É outra coisa. O fumo continua. Ora plano fechado, ora plano aberto. Finalmente a chamada desliga. Voltamos ao plano geral e a câmara desloca-se uns centímetros para a esquerda. Esteve sempre lá. Ele. Fogo, eu não vi, e tu não viste. Algo de terrivelmente engenhoso e saboroso nos arrasta. Tão cedo não vamos ser incomodados/estimulados desta forma. Até sempre Breaking Bad.

Candidaturas abertas


The closer he looks at the child, the less he sees

Hoje foi dia de Ferris Bueller's Day Off. Uma das centenas de manchas agora retiradas do meu currículo, com o skip do tempo. De ter tempo. Hoje foi dia de folga. De ficar rapidamente desarmado pela honestidade com Hughes nos oferece os esquissos da idade. Não só da idade, de sermos coisas tão difíceis. Ou como o diálogo entre Cameron e Mia ilustra: nadas. O que gostas de fazer, o que queres fazer, ser? Nada. Constante magistralmente bem ilustrada na cena do museu. Talvez o grande momento do filme - com o instrumental dos The Smiths - que é o refúgio e como o próprio realizador confessa, quanto mais olhamos menos vemos. Isso somos nós.