segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As cassetes na gaveta

A não resolução é a sua força mas acaba por ser também a sua fraqueza. Sim, entranha-se no desconforto real, que toca. Mas fica a faltar um murro, um desfecho que soubesse a tal. Seja como for The Poughkeepsie Tapes - que concorre para o título mais difícil de dizer a amigos da década - é a prova de que o terror found footage não precisa de ser enjoativo e irritante. Há felizmente espaço para a invenção. 

Miss Novembro


domingo, 25 de novembro de 2012

É tarde para este género de piadas


Um grupo de amigos matemáticos fazem uma aposta para resolver uma equação até ao baile de finalistas. Chama-se American Pi.

sábado, 24 de novembro de 2012

Sequelas sem jeitinho nenhum (18)

Há para aqui história que nunca mais acaba. Ou não estivéssemos nós a falar da saga Universal Soldier - o tuga Máquinas de Guerra - filho pródigo dos 90, onde Van Damme e Dolph Lundgren andavam à chapada por causa duns pontos de vista. Um achava que era porreiro arrancar orelhas ao pessoal, o outro não. Morrem mas voltam os dois em formato Robocop sem arranhões e pronto. Van Damme nu, a chavala do Profiler a ajudá-lo e tínhamos o dia ganho. Velhos tempos. Ah esqueci-me de dizer, realizador de serviço: tio Emmerich, antes de rebentar com o planeta fazia estas pequeninas pérolas de guerra. Passados 6 anos surge, directamente para vídeo, a sequela não oficial, Universal Soldier II: Brothers in Arms. As personagens são as mesmas mas o resto é diferente. Como se uma tentativa falhada não chegasse, logo no ano seguinte, surge outra: Universal Soldier III: Unfinished Business. Este tem o Burt Reynolds e tudo. Parecia então altura de acabar. Não, não, os verdadeiros voltaram e decidiram dar ralhete aos falsos. Nós é que somos os soldados universais. Em 1999 chega então a sequela oficial do primeiro filme e mete Van Damme de novo. Ainda não estava gordo. O mesmo já não podemos dizer da terceira sequela oficial, em 2010, Universal Soldier: Regeneration, realizado por John  Hyams, filho de Peter Hyams. Sim, o mítico, o grande, Peter Hyams. Ataques nucleares e únicas esperanças, o normal. Por último - felizmente, que a lista já vai longa - chega-nos este ano Universal Soldier: Day of Reckoning, onde o Van Damme é mau. Mas como? Ninguém sabe.

Michael Kamen (3)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Satan your knigdom must come down

Agora com que cara de pau é que eu vou dizer aos meus pais que Boss foi cancelada?Alguém me diz?Hunted será mais simples, ainda só viram três episódios e no último franziram o nariz. Agora na política, na política que eu aconselhei, aí havia devoção. Envolvimento, ainda no outro dia diziam que não podia acabar assim. Pois em principio vai haver telefilme. Ata pontas mas não apaga a dor. É incompreensível que um das melhores séries da actualidade - das melhores da década, das melhores de sempre - caia aos pés das audiências, da maioria, quando se sabia desde início que este era um produto de artesão. Íntimo, delicado. Nenhuma outra câmara filmava assim as pessoas, os corpos, nos seus jogos de desespero e manipulação. Reflectindo o cansaço mas a constante sede de mais. Impressionante a cada minuto, a cada murro. Para vocês diabos da televisão fica a inevitável canção.

Em jeito de luto, vem aí Miss.

domingo, 18 de novembro de 2012

Disseste que querias falar dos grandes começos. Pois bem caríssima, este é um deles.

Então e o engenho?

Os recordes desportivos, com o tempo, vão se encostando cada vez mais a uma parede. Limite que definirá, por fim, o impossível. Desafio maior portanto. Como o do cinema, que todos os anos acrescenta temas, olhares e abordagens a toda uma lista que se perde de vista. Surpreender continua a ser dever, mas é muito mais complicado. 

Chegamos pois a Looper, aparente candidato a mudar alguma coisa no mundo das viagens no tempo. Temática muito falada, muito discutida e muito abordada. [Atenção que por mim todos os filmes deviam ter pelo menos uma viagem no tempo, mas isso sou eu que sou doente.] Era preciso subir aos píncaros. Era mesmo e tal não aconteceu. A boa premissa acabou por conduzir a um excesso de confiança. Tudo explicado, tudo denunciado. Na primeira vez que a mutação TK é apresentada caçamos logo: isto vai ser determinante. Bocejamos. Já virámos muito frango, têm de fazer bem melhor.  As personagens são meras peças num jogo fácil que infelizmente não ficará para a história. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Alice mora aqui

Isto é uma Alice, só que a Alice é Oz, ou traduzindo para o impacto frontal, Mia Wasikowska é James Franco. Não bastava a repetição de cores comestíveis e enjoativas, tiveram de ir buscar um dos grandes pastelões da actualidade. Aquilo nem a ferros amigos. A magia, a aventura, a cobiça de querer entrar. Não estão lá. Elas, bem elas devem ter rendas para pagar e o Raimi não sei, se calhar também tem. Pior apresentação era de facto impossível.

Os conselhos sábios

Que festa é esta? Perguntou a minha avó perante a estreia do último filme da saga Twilight na televisão. [Só gente bonita e um Taylor Lautner com os dentes demasiado brancos.] É um novo filme de vampiros avó - respondi. Valha-me o nosso senhor, eles depois mordem-se e transformam os outros em vampiros, que estupidez pah - rematou. Eu, calado, sem nada a acrescentar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Não tem assim tanta coragem

O problema de Brave é não ter um problema. Tem muitos. Sempre que se encaminha para um destino vira para outro lado. Ficamos com uma série de percursos e nenhum destino. O título, aparente estrela guia, não consegue esclarecer ninguém. Bravura, coragem. De quem? Dela ou da mãe? É este um filme sobre a auto procura ou sobre os espinhos da maternidade? Podia ser tudo mas faltam as unhas. A audácia mordaz característica do candeeiro saltitão. Ficam os três ursinhos e uma enorme desilusão.
 "It’s Groundhog Day meets Starship Troopers." Ui, assim quero.

domingo, 11 de novembro de 2012

Ufa

Vários realizadores de renome já vieram a público dizer que não estão interessados na nova saga Star Wars. Ainda bem. É que nós também não estamos interessados em vocês. 

Só boas notícias. Primeiro tio Lucas fora. Agora tio Spielberg fora. Mais uns quantos pseudo autores e autores que têm sempre de mandar uma sábia farpa. Fica de facto caminho livre para sangue novo, quiçá alguém com ideias. Até já estou nervoso.

sábado, 10 de novembro de 2012

20 anos depois

Passaram 20 anos - já? - da estreia daquele que muitos apontam como um ponto de viragem. Nada viria de facto a ser igual. Porém o que sobressai, quando percorro de novo este trailer transvestido, não é a magnitude de um acontecimento, nem a qualidade do mesmo, mas sim o arrepio do puto de 10 anos. Que se maravilhava com os cheiros, texturas e brilhos do ritual. Jurassic Park foi esse magia no coração de um corpo que já não existe. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por causa de ti choram os meus olhos

As pessoas chatearam-se, tiveram que escrever de novo, filmar de novo, um grande 31 à la Waterworld. Tudo curioso, sai caca ou não sai caca? Bem por enquanto, zombies, zombies aos molhos. É essa massa que nos é apresentada no trailer de World War Z. Está lá a Linden, o que é uma mais valia. Quanto ao resto tenho de ler o material original para me juntar aos apetitosos - mas poucos originais - grupos de revolta: ah mas isto no livro não é nada assim!Boring!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O anti-trailer do costume

Independentemente da qualidade do filme uma coisa é indiscutível: o trailer é horrível. Está tudo mal. Do início ao fim. É a tal questão. Quem faz assim e porque faz assim? Somos bombardeados com retalhos das obras nacionais, colados sem nexo, sem edição e rotulados cruelmente de trailers. Não nos querem lá digam logo de uma vez, não nos façam é isto.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Michael Kamen

Eu a pensar que a saga Terminator tinha chegado ao fim


Foi este

Premium Rush, ou como o povo diz, o filme das binas. Sleigh Bells aparecem por lá, de rompante. Agradável surpresa, como o filme em si, daquelas películas que não deve nada a ninguém e que, de forma muito singular, cria na sala de cinema aquele precioso microcosmos. Vilão do caraças, velocidade vertiginosa e um enredo bem cimentado. É o espelho de uma indústria cheia de carros onde são as pequenas bicicletas as únicas a chegar ao destino.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Fui ver um filme, sabem qual?

Há dias assim

A Filipa Azevedo é uma miúda que ganhou um programa onde as míudas cantavam com as mães, ou com os pais, ou os miúdos com os tios, avós quiçá. Depois foi à Eurovisão com uma música intitulada Há Dias Assim. Numa das suas estrofes diz "quem te me levou roubou-me a alma mas de ti não sabe nada". Ora bem é com esta dor musical e azeitola que enfrento actualmente os remakes do meu cinema. Hoje Total Recall, que pega no clássico de 1990 e utiliza-o com um único propósito: facturar. Esvazia-o de tudo e apresenta-nos uma sucessão de cenas de acção que não se conhecem. O charme xunga do original dá lugar à irresponsabilidade. Tentam comprar-nos com piscadelas de olho mas até isso sai furado. São burros: vamos pôr aqui a gaja das três mamas porque temos muito respeito pelo original. Não têm, nem querem ter. Que sentido faz encaixar esse momento naquele momento, no nosso planeta, num sítio sem seres diferentes. Ah mas é no futuro. Tretas. Não se escreve, não se pensa. Recicla-se de modo automático a pensar no melhor modo de engordar a bilheteira. Não vou chorar, como a Filipa, mas de facto dói ver uma industria que vende entretenimento mas que dele não sabe nada. 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

De repente nos 80

O trailer de Bullet to the Head é horrível. Mas é um horrível tão nostálgico que torci a cabeça em jeito de ternura. Como se estivesse a ver um gatinho. Os oitentas de novo, aqui tão perto: raptam-lhe a filha, há um coreano bom, o Christian Slater morre, o Momoa é mau e no fim lutam com machados. Baseia-se numa novela gráfica francesa mas isso para aqui não interessa nada.