quinta-feira, 31 de maio de 2012

E ainda nem falei da ruiva

Luther é um daqueles meteoritos que quando bate desperta qualquer casa. Qualquer espectador expectante e sedento de ficção. A série britânica sobre um detective pouco convencional, pouco social, porém genial e visceral, é um dos pontos altos desta década televisiva. Os planos são fechados, trabalhados ao detalhe, histórias feitas à mão, com personagens de carne, muita carne. Histórias duras, sangrentas e bem escritas. Temporadas curtas, episódios longos, que respiram o tempo certo. É uma balança impecavelmente estudada e calibrada, eles sabem muito disto. E no final há o protagonista amigos, Idris Elba, uma força de qualquer natureza, que nos deixa possesos, como ele, mas de onde vieste tu? De onde? Sei lá, mas está cá. Naquela que é uma das melhores séries televisivas de que tenho memória. Para quem não conhece, e enquanto não há tempo para corrigir o facto, fica o fabuloso genérico. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sequelas sem jeitinho nenhum (15)

Eu acho que já sabia mas acho também que, com muita força, muita mesmo, fiz questão de esquecer. Voltou claro, para me acordar o sono: American Psycho tem uma sequela. Falsa farsola. E melhor, nela entra a Mila Kunis, com 10 aninhos mas já com tudo no sítio. Tirando o jeito para representar que esse nunca esteve, nem lá nem no sítio. Mas pronto, American Psycho II: All American Girl é sobre uma miúda que desenvolve um gosto especial pela prática do homícidio e nada a irá parar para se tornar a assistente do seu professor. É isto que diz no imdb, ao lado do 3,9. Medo. Medo também do cavalheiro do Sanctuary e do Capitão Kirk que andam para lá armados em engatatões e depois no fim papam-nas que é para não serem espertos.


domingo, 27 de maio de 2012

Miss Maio


E façam cuidado com a Kurylenko

Centurion estava enterrado na neve, ao lado de tantas outras relíquias que se vão perdendo na tempestade dos dias. Porém uma sucessão de eventos, desencadeada pelo bom tempo, fez com que ele saltasse para o topo da lista. Não teve só a ver com a Miss Maio, que anda por lá é verdade, nem com o facto do enorme Fassbender ser o protagonista. Um dos grandes motivos foi Neil Marshall, autor de The Descent e Doomsday - delírios absolutos - que foi convidado para realizar aquele que é já intitulado de "o evento televisivo do ano", Blackwater, nono episódio da segunda temporada de Game of Thrones. Do ser ou não ser épico falamos depois, quanto ao filme propriamente dito estamos perante mais uma incursão seca e eficaz a um género, sempre com a força visceral de quem pouco se importa com moldes. Ou idades, ou merdas. Existe frescura nas grandes paisagens, sinceridade nos pequenos duelos. A seguir, com a máxima atenção.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Cool, cool, cool

Do futuro nada sei. Chuva, sol, logo se vê. O que se viu foi o trio de episódios mais inventivo e genial do ano.Cada novo passo, cada despedida parece de facto um novo regresso, de quem assiste em primeira mão a algo que nunca foi experimentado. É como se estivéssemos a segurar na caneta e a escrever a história. Num lugar público, num espaço fechado. É a melhor série do mundo, o resto são intervalos.

Mark Isham (3)

segunda-feira, 21 de maio de 2012


Andamos constantemente à procura daquele safanão que nos despenteie o dia. Pois bem, o de hoje está aqui. E dá para andar bêbado o resto do ano.

A vez de Mendes

O trailer de Skyfall faz jus ao tom. À nova era cinzenta e crua de Daniel Craig. Terminaram os disparates e as grandes mentiras. São as feições de autor que agora nos interessam. Bond como laboratório artístico da acção actual. Gosto. E gosto especialmente do aspecto deste primeiro cartão de visita.

Composição (ou reflexão do muito)

Ontem fui ver o Battleship. É com o Taylor Kitsch, que é um actor muito bonito. Tem o cabelo comprido, depois corta e fica mais curto. É com a Rihanna, que é também muito bonita. Canta um bocadinho numa cena em que anda de barco. Há muitos barcos. Uns mesmo muito muito grandes. Como os seios da menina loura. Há também o Liam Neeson, que é também muito bonito, mas é velho. Os maus não são velhos, mas são feios e têm muita força. Mandam muitas latas amarelas que fazem assim, booom. O Eric morre mas não tem mal porque ele é vampiro. Depois mandam também piões e o barco dos bons faz um pião, tive muito medo. Os velhotes ajudam as pessoas e o senhor sem pernas também. É importante ajudar as pessoas. Os maus não matam muita gente mas no fim vão todos embora. O Taylor Kitsch fica muito amigo do Liam Neeson e vão os dois comer porque era hora de almoço. Gostei muito e espero que haja o dois. 


Miguelinho

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Teimosia

Todos nós já tivemos aqueles cálices sagrados do ciberespaço. Dói muito não encontrar algo depois de um clique. Mesmo. A minha última nódoa negra era a canção inicial do trailer de The Romantics - e perguntam vocês, que filme é esse, ao que eu respondo, filme, qual filme, oh pronto, olha ali, ali ali, oh pronto já passou - que insistia em não aparecer. Hoje voltei à carga e pimba cá está ela. Bem boa.

Breve mas genial

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Midquelas

Para vos ser sincero, não estava preparado. Andei aqui a gabar-me, dos 5 aninhos, da experiência inocente de um blogger quase velhote e de repente tudo cai por terra. Tipo baralho de cartas, tipo twist final,  quando descubro que o Bambi 2 não é uma sequela. Então é prequela. Não, também não. Então é o quê, perguntam em coro? É uma midquela. Agora outra vez em coro: what the fuck is a midquela???? Ora bem, uma midquela - adaptação bastante livre de midquel - relata acontecimentos que cronologicamente têm lugar a meio do primeiro filme. Wow! Alguém sabia disto? Já conhecia as interquelas, que ocorrem entre dois filmes, agora dentro do primeiro não fazia ideia. Mas lá está, faz sentido para aquelas histórias em que não faz sentido  continuar a contar seja o que for. Então pimba, midquela! Ao que parece a Disney é especialista, o que também faz todo o sentido. E pronto, olá admirável mundo novo.

Acertar contas

São às dezenas as cartas das fãs, enfurecidas: ah pois, são só misses, só senhoras em roupa interior e biquíni. Se eu não soubesse que gostas de cinema diria que era um blogue de gajas boas, confessaram-me uma vez. Pois bem, leitoras deste estaminé, chegou a vossa hora. Única e exclusivamente para vocês aqui fica o quarteto bonzarrão do Magic Mike. E porra estamos quites. Para os próximos dez anos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A namoradinha da América a beijar a futura rainha do Sci-Fi. Suspiro. Às vezes dão-me cá uns saudadões dos De Palma.

Rotunda do leitor

P) Caro Miguel, agora que a presente temporada televisiva está a chegar ao fim é com muito entusiasmo que começo a espreitar as novidades para 2012/2013. Tenho sempre muito cuidado mas infelizmente comecei a sentir algum entusiasmo em relação a  Revolution. E agora? (Pedro O.)

R) Caro Pedro, antes de mais é preciso manter a calma. Eu sei, está lá o nome do cavalheiro que pariu Cowboys e Aliens, eu sei está lá o nome do outro cavalheiro que pôs um gordinho (a correr?!) atrás de prisioneiros de Alcatraz. E sim, em primeira instância, parece-me que Revolution segue a bonita tradição de séries caras como ò caraças canceladas logo ao fim de um aninho. Sim, Flashforward, Terra Nova, grandes ficções que, devido à injustiça e devido ao facto de não fazerem sentido nenhum - a injustiça era para despistar - acabaram por dizer adeus logo na recta de partida. Agora, o que o primeiro trailer de Revolution nos confirma é: história boa para ser estragada pelos clichés do costume, mistério porreiro para ser baralhado pelas imbecilidades da ordem e péssimos actores. Porém Pedro - e é aqui que eu queria chegar - há um gajo com uma espada. E qualquer série que nos apresente um gajo com uma espada merece à partida um respeito e consideração muito diferentes.

Uma espécie de turma só que no autocarro

É a nova proposta de Gondry: um bando de putos não actores a interagir num autocarro não conduzido. Estou a brincar, esta última parte do não conduzido, se fosse não conduzido era o Speed 3, e todos temos a noção clara de que o Speed 3 vai ser num cilindro daqueles das obras, que consegue ser ainda mais lento que um cruzeiro. Voltando ao outro, sabemos então de antemão que não há nada fora da caixa do real, mas sabemos também que esse real pode ser o fora da caixa para Gondry. A ver vamos.

terça-feira, 15 de maio de 2012

sexta-feira, 11 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Porque é que o mau não pode ser mau porque sim?

Chronicle foi vendido como novo. Como outra coisa. Que não é, dando aso então a um sem número de teorias para a desilusão. Não vou aqui dissecá-las a todas - depois se quiserem comprem o livro - mas penso que a causa principal para o falhanço reside no facto de, mais uma vez, a vilania não ser tratada como algo natural na ordem das coisas. Para quê justificá-la? Para quê criar o bom que tem a miúda e o mau que é mal tratado? São paninhos quentes de uma indústria saturada, que aqui não combinam com o estilo super realista da obra. Quase quase, mas foi ao lado.

domingo, 6 de maio de 2012

Dia da Mãe

Para quem ainda não viu o brilharete artístico de Jacki Weaver em Animal Kingdom pode muito bem utilizar esta efeméride como pretexto.

sábado, 5 de maio de 2012

Cinco anos

Inicialmente experimentei colocar-me ao lado do Forrest. Com a arrogância de um novato, com o gajo a não me ligar nenhuma. Claro está. Foi a primeira barra de título do Créditos Finais. Como esse primeiro esboço, outros tantos foram surgindo e hoje o blogue completa uns orgulhosos cinco anos. Cinco anos a reconfortar as ideias mais soltas, a abrigar os pensamentos mais vadios. Cinema, cinema e cinema, sempre ele, letra a letra em jeito de desabafo. E pronto, velas sopradas. Obrigado a todos os que continuam a visitar, ler e conversar. Um grande abraço e que venham mais cinco.

Faz sentido

Pelo poster vê-se logo que foi baseado numa história verídica.

Os quase 10 euros

Claro, antes de sair de casa vejo se tenho a carteira, as chaves do carro e os óculos 3D. Pensei. Não não tenho óculos 3D. Disse. Então são mais 2,20 €, o que, a somar ao preço do bilhete normal sem desconto algum dá a módica quantia de 9 euros e 75 cêntimos. Pausa. Imagens de coisas a arder. Imagens do chapéu mimoso e pequenino do funcionário a arder. Pausa de novo. Catatónico o pagamento aconteceu. Depois fui comprar pipocas e perguntaram se tinha o pacote, sem o pacote eram mais 4 euros. Esta parte já é mentira mas percebem o problema? É brincar connosco. Não é assim que se reage a uma realidade pautada pela pirataria e por salas vazias. Não é assim. Sobram os pequenos espaços, das pequenas terras - como a minha - que mantêm os preços pequenos, que mantêm a aposta numa peça fulcral da nossa cultura. Os filmes chegam mais tarde, é certo, mas a paciência vai ter de acontecer. No final ainda tinham um contentor para colocarmos os óculos. Vão gozar com outro.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

À antiga (2)

Fiquem até ao fim do final dos créditos mesmo finais. Porque eu só vi uma cena escondida e afinal há outra. Não sei se cá, se lá, só sei que há. E ah, ouçam a música. Épica.

À antiga

Voltam as grandes cenas. Aquelas grandes, em duração e dimensão, para se falar no futuro, no café. Aquela cena, que todos se lembram. The Avengers é dono dessa proeza, do canto dos grandes começos, dos grandes finais, como Abrams fez de forma magnífica em Star Trek. Ambos partilham essa noção clara de uma grande ópera, de um entretenimento prático: acção acção humor humor. Com uma mão cheia de desajustados bem oleados. É coboiada. É especialidade Whedonesca - Firefly em cada recanto - que aqui assume a gargalhada como arma forte, inserindo-a nos locais mais recônditos, com vontade e perspicácia, atribuindo ao filme um tom  absolutamente irresistível. Por vezes quase irresponsável, como se não tivéssemos crescido, como se os 90 fossem de novo o aqui. A certa altura alguém pergunta se a fatiota empregue não está um pouco fora de moda. A resposta vem logo: por vezes o mundo precisa um pouco do fora de moda. Mais nada.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

Sequelas sem jeitinho nenhum (14)

Na vasta gama de filmes sobre irresponsabilidade parental Querida, Eu Encolhi os Miúdos é rei e senhor. Um cientista distraído, com problemas de dinheiro e com mais algumas coisas que eu agora não me lembro, decide criar uma máquina que encolhe objectos. Cenas. A marota não trabalha quando ele quer e mas claro que quando é para diminuir os seus filhos e os filhos do vizinho ela funciona melhor que uma bimby. Os quatro ficam muito muito pequeninos - não tão pequeninos como aquele filme em que o Dennis Quaid vai para dentro da Meg Ryan, atenção, numa micronave  - vão para o quintal, andam de formiga, a formiga morre, alguém chora e no fim fica tudo bem. Uau, para a altura foi mesmo uau. Do uau passou-se para o muito mau. Três anos depois surge a sequela Querida, Ampliei o Miúdo, onde o filho mais novo da família é agora aumentado. Fica gigante, e chora, e depois a mãe fica também gigante a fazer lembrar aquele filme péssimo com a Daryl Hannah. Porra, é mauzinho mesmo. E fiquei por aqui. Eles não e em 1997, direitinho para homevideo, surge o capítulo final da trilogia: Querida, Encolhemos. Já com efeitos fabricados no Paint e actores criança do mais falso que pode haver. Já agora alguém sabe o que foi feito dos quatro putos do original? Às vezes penso nisso.

Mais um

É é ele já disse. Pois está bem, vamos lá ver, o tempo, disponibilidade e número de zeros no cheque. Mas pronto, se é mesmo conclusão ou não, eu não quero saber, o que me interessa aqui é a parte do épico. E essa parece lá estar.

Rotunda do leitor

P) Caro Miguel, li algures, e muito por alto, que algumas actrizes menos conhecidas, mas extremamente belas, estão sujeitas a um processo designado "titanificação". Fiquei curioso. Sabe do que se trata? (Cristiano B.)

R) Caro Cristiano, antes de mais muito obrigado por ter trazido para cima da mesa um tema tão esquecido como é o da "titanificação"! O que acontece é o seguinte: uma vez, de muitos em muitos anos, há uma bond girl que é desbondificada - tira-se a base e as pistolas - para ser, logo de seguida, titanificada - veste-se a saia, suja-se a cara e oferece-se a espada. Primeiro foi Gemma Arterton, vinda lá dos casinos, a vestir a indumentária e a proporcionar grandes sessões de beijaria com o Worthington. Agora foi a vez de Rosamund Pike, vinda lá daquele disparate no gelo, passar à acção e proporcionar também alguma beijoquice com o protagonista. Aguardamos então com alguma curiosidade a próxima eleita nesta tradição tão emblemática - e infelizmente ainda muito pouco conhecida - das terras do tio Sam.